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O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver. (Sigmund Freud )
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سلوتس

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A mentira necessária:

A mentira necessária: um ensaio sobre a promessa de amor eterno na sociedade contemporânea

 

O Ser humano engana a si mesmo constante e necessariamente. Adianta o despertador para não perder a hora. Só leva realmente a sério argumentos que sustentem suas próprias crenças34. Evita perceber que os relacionamentos amorosos são fadados a terminar e que, especialmente na sociedade contemporânea, tal fim é extremamente próximo e potencial. Essa esquiva é possibilitada pela crença nas juras de amor eterno do parceiro. É, além disso, alimentada por um desejo de amor eterno que permite que também se profira o discurso de amor eterno. Em outras palavras, é para evitar a tristeza do olhar insípido sobre o mundo e seus frágeis relacionamentos amorosos que o homem se engana, mentindo para si próprio ao crer desejar, receber e oferecer amor eterno.

 

Essa mentira, entretanto, não é intencional. Para que o auto-engano funcione devidamente, é necessário que o indivíduo efetivamente acredite na mentira.

 

Ao dizer que ama eternamente, que deseja amar para toda a vida, ou mesmo ao ouvir que será amado para sempre, o ser humano, obedecendo à sua inclinação de preservação da potência de agir, faz funcionar o mecanismo do autoengano, e passa a realmente crer no que fala, deseja e ouve.

 

O discurso de amor eterno, portanto, tem lugar na sociedade contemporânea como mecanismo de auto-engano cuja finalidade é um bem: a preservação da felicidade, evitando o desgosto de uma perspectiva em que o amor presente está fadado a um fim próximo. Ou seja, dele resulta um ideal de manutenção do desejo, funcionando como um elemento que protege, inclusive, a própria dinâmica da sociedade de consumo, na medida em que é combustível dos inúmeros amores ofertados – e conseqüentemente vividos – na modernidade líquida.

 

Amar eternamente, prática indesejada, é um ideal necessário. Como mentira, o amor eterno mantém-se evitando a tristeza dos homens quando em face da inevitável – e desejada – morte de seus relacionamentos amorosos. Sobrevive, portanto, como discurso, e por isso convive com práticas que explicitamente o rejeitam.

 

 

Para ler o trabalho completo o link segue abaixo ... é demais . Boa Leitura

A mentira necessária: um ensaio sobre a promessa de amor eterno na sociedade contemporânea - Pedro Calabrez Furtado - http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_10/contemporanea_n10_pedro_calabrez.pdf

 


Carência Afetiva

 

 

A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e classes sociais. É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que mata de vez. É um mal que consome as pessoas devagarinho.

A indiferença da sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se sozinhas e carentes. Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor (fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus problemas.

Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce. As pessoas têm sede de amor. O problema é que raramente querem ser fonte. E nessa engrenagem há muita gente infeliz.

Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas.

A internet também faz parte desse mundo. Fecha-se aqui, procura-se amores, amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta de afeto.   E enganam-se. Recebemos muito desse mundo virtual, mas não o bastante para sanar nossas feridas e abrir nossos olhos para o que se passa no universo. Existe uma vida real!

Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada. Ele era auto-suficiente. Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu. E vivendo tudo isso, amou.

Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram.   E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo. De nada serviria se Ele tivesse pregado e não vivido o que ensinava. Como nós. Mais que falar, precisamos viver.

O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro delas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos. Se você quer ser amado, ame! Quer receber um sorriso? Sorria! Quer receber e-mails? Mande! Quer carinho? Dê ternura até não agüentar mais. Quer atenção? Seja atencioso!  

Talvez não funcione imediatamente. É um remédio que precisa de um tempo para começar a fazer efeito. Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a felicidade que espalhou. Temos a mania de querer comprar tudo.

Mas muitas coisas da vida precisamos plantar, cuidar, esperar pacientemente e colher. Nem tudo se vende e se compra ou se acha gratuitamente e afeto faz parte dessas raras coisas.  Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro?

Então, vivamos de maneira que possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção. Sejamos os antídotos do ódio e da indiferença, sem esperar que os outros o sejam. Tudo o que virá após, será compensação. Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais justa e mais humana.

beijos papa  


DOIDAS E SANTAS - MARTA MEDEIROS

.

 

"Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos; ou viro doida ou santa". São versos de Adélia Prado

 

Mas vamos lá. Prá começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe?



Nem ela, caríssimos, nem ela.

 

Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.

 

Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).

Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?

 

Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca...pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha..

 

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.

 

Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.

 

Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe.

 

Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada?

 

Você vai concordar comigo...

 

 

E os Homens... Ahhh Homens...

 

Que vejam!

 

E que se possam ver... Olhem! E que se possam Olhar... Percebam!

 

Percebam O MULHERÃO que você tem!

 

Pense as qualidades incontáveis que a dignificam, e os defeitos que a enobrecem ainda mais...

 

 

E as amem ...com todos os defeitos e qualidades... com toda a sua doideira e santidade...

 

Amem...

 

E demonstrem todos os dias esse AMOR!

 


A ESCALA DA VIDA

A vida de cada um de nós pode ser comparada à conquista de uma montanha. Assim como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso. Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos. No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho. Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo. À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas… É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados, são do tamanho daquelas casinhas. Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo. Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra. É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem e nos cura os ferimentos. Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida. Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia. Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O que nos salva é o equipamento certo para este momento. Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos. Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto. Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem. Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha. a.d. ***** A todos uma nova oportunidade de fazer o novo, uma nova chance de tentar outra vez. “Se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez.”


Carta a uma amiga - para descontrair e rir um pouco

Amiga, conforme minha promessa, estou enviando um e-mail contando as novidades da minha primeira semana depois de ser transferida pela empresa para o Rio de Janeiro. Terminei hoje de arrumar as coisas no meu novo apartamento. Ficou uma gracinha, mas estou exausta. São dez da noite e já estou pregada.

Segunda-Feira: Cheguei na firma e já adorei. Entrei no elevador quase no mesmo instante que o homem mais lindo desse planeta. Ele é loiro, tem olhos verdes e o corpo musculoso parece querer arrebentar o terno. Lindooooo! Estou apaixonada. Olhei disfarçadamente a hora no meu relógio de pulso e fiz uma promessa de estar parada no elevador todos os dias a essa mesma hora. Ele desceu no andar da engenharia. Conheci o pessoal do setor, todos foram atenciosos comigo. Até o meu chefe foi super delicado. Estou maravilhada com essa cidade. Cheguei em casa e comi comida enlatada.. Amanhã vou a um mercado comprar alguma coisa.

Terça-feira: Amiga!!! Precisava contar.. Sabe aquele homem de que falei ?? Ele olhou para mim e sorriu quando entramos no elevador. Fiquei sem ação e baixei a cabeça. Como sou burra! Passei o dia no trabalho pensando que preciso fazer um regime. Me olhei no espelho hoje de manhã e estou com uma barriguinha indiscreta. Fui no mercado e só comprei coisinhas leves: biscoitos, legumes e chás. Resolvido! Estou de dieta.

Quarta-Feira: Acordei com dor-de-cabeça. Acho que foi a folha de alface ou o biscoito do jantar. Preciso me manter firme na dieta. Quero emagrecer dois quilos até o fim-de-semana. Ah! O nome dele é Marcelo. Ouvi um amigo dele falando com ele no elevador. E ainda tem mais: ele desmanchou o noivado há dois meses e está sozinho. Consegui sorrir para ele quando entrou no elevador e me cumprimentou. Estou progredindo, né ?? Como faço para me insinuar sem parecer vulgar? Ah!! Comprei um vestido dois números menor que o meu. Esta vai ser a minha meta.

Quinta-Feira: O Marcelo me cumprimentou ao entrar no elevador. Seu sorriso iluminou tudo! Ele me perguntou se eu era a arquiteta que viera transferida de Brasília e eu só fiz: ‘U-hum’… Ele me perguntou se eu estava gostando do Rio e eu disse: ‘U-hum’. Aí ele perguntou se eu já havia estado antes aqui e eu disse: ‘U-hum’. Então ele perguntou se eu só sabia falar ‘U-hum’ e eu respondi: ‘Ã-hã’. Será que fui muito evasiva? Será que eu deveria ter falado um pouco mais? Ai, amiga! Estou tão apaixonada! Estou resolvida!Amanhã vou perguntar se ele não gostaria de me mostrar o Rio de Janeiro no final de semana. Quanto ao resto, bem…ando com muita enxaqueca. Acho que vou quebrar meu regime hoje. Estou fazendo uma sopa de legumes. Espero que não me engorde demais.

Sexta-Feira: Amiga! Estou arruinada!! Ontem à noite não resisti e me empanturrei. Coloquei bastante batata-doce na sopa, além de couve, repolho e beterraba. Menina, saí de casa que parecia umcaminhão de lixo. Como eu peidava! (nossa! Você não imagina a minha vergonha de contar isto, mas se eu não desabafar, vou me jogar pela janela!). No metrô, durante o trajeto para o trabalho, bastava um solavanco para eu soltar um futum que nem eu mesma suportava. Teve um momento em que alguém dentro do trem gritou: ‘Aí! Peidar até pode, mas jogar merda em pó dentro do vagão é muita sacanagem!’ Uma senhora gorda foi responsabilizada. Todo mundo olhava para ela, tadinha. Ela ficou vermelha, ficou amarela, e eu aproveitava cada mudança de cor para soltar outro. O meu maior medo era prender e sair um barulhento. Eu estava morta de vergonha. Desci na estação e parei atrás de uma moça com um bebê no colo, enquanto aguardava minha vez de sair pela roleta. Não me aguentei e soltei mais um. Um senhor que estava na frente da mulher com o bebê virou-se para ela e disse: ‘Dona! É melhor a senhora jogar esse bebê fora porque ele está estragado!’. Na entrada do prédio onde trabalho tem uma senhora que vende bolinhos, café, queijo, essas coisas de camelô. Pois eu ia passando e um freguês começou a cheirar um pastel, justo na hora em que o futum se espalhou. O sujeito jogou o pastel no lixo e reclamou:’Pô, dona Maria! Esse pastel tá bichado!’.

Entrei no prédio resolvida a subir os dezesseis andares pela escada para não usar o elevador. Meu azar foi que o Marcelo estava na porta do elevador, me viu e ficou segurando a porta esperando que eu entrasse. Como eu não me decidia, ele me puxou pelo braço e apertou o botão do meu andar, estávamos sozinhos. Cheguei até a me sentir aliviada, pois de elevador a viagem seria mais rápida. Pensei rápido demais. O elevador deu um tranco e as luzes se apagaram. Quase instantaneamente a iluminação de emergência acendeu. Marcelo sorriu (ai, aquele sorriso…) e disse que era a bruxa da sexta-feira e disse que era assim mesmo, que logo a luz voltaria, e que eu não precisava se preocupar. Mal sabia ele que eu estava morreenndo de preocupação.

Amiga…., juro que tentei prender. Mas antes que saísse com estrondo, deixei escapar. Me abaixei e fiquei respirando rápido, tentando aspirar o máximo possível, como se estivesse me sentindo mal, com falta de ar. Já se imaginou numa situação dessas? Peidar e ficar tentando aspirar todo o peido para que o homem mais lindo do mundo não perceba que você peidou? Ele ficou muito preocupado comigo e, se percebeu o mau cheiro, não o demonstrou. Quando achei que a catinga havia passado, voltei a respirar normal. Disse para ele que eu era claustrofóbica.

Mal ele me ajudou a levantar, eu não consegui prender o segundo, que saiu ainda pior que o anterior. O coitado dessa vez ficou meio azulado, mas mesmo assim não disse nada. Me abaixei novamente e fiquei respirando rápido de novo, como uma mulher em estado de parto. Dessa vez Marcelo ficou afastado, no canto mais distante de mim no elevador. Na ânsia de disfarçar, fiquei olhando para a sola dos meus sapatos, como se estivesse buscando a origem daquele fedor horroroso. Ele ficou lá, no canto, impávido.

Daí, nem bem o cheiro se esvaiu e veio outro. Ele se desesperou todo e começou a apertar a campainha de emergência. Coitado!! Ele esmurrou a porta, gritou, esperneou, e eu lá, respirando que nem um cachorrinho. Quando a catinga dissipou, ele se acalmou. As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. Ele me viu chorando, enxugou meus olhos quando eu pensei que ele ia dizer algo bonito ele solta essa:

- Meus olhos também estão ardendo…

Aquilo me magoou profundamente. Pensei: ‘ Ah éé, FDP ??? Então acabou a respiração cachorrinho!!

Depois disso, no primeiro pum ele cobriu o rosto com o paletó.

No segundo, enrolou a cabeça.

No terceiro, prendeu a respiração, no quarto, ele ficou roxo.

No quinto, me sacudiu pelos braços e berrou: ‘Mulher! Pára de se cagar!’.

Depois disso ele só chorava. Chorou como um bebê até sermos resgatados, quatro horas depois.

Entrei no escritório e pedi minha transferência para outro lugar, de preferência outro País.