Contaram-me este fim-de-semana uma história real, que achei por bem partilhar convosco.
Doutor X, médico de Lisboa, em visita ao Algarve por motivos de um Congresso, combinou com alguns colegas locais uma visita nocturna ao então lugar da moda, a Casa do Castelo. Como cada um tinha os seus afazeres, combinaram encontrar-se ‘por lá’. Chega o Dr. X, sozinho e de táxi à porta de tão ‘monárquico’ local, para ser informado pelos guardas do Castelo que não podia entrar.
CASTELO DE GUIMARÃES, BERÇO DE PORTUGAL
AQUI NASCEU PORTUGAL
ESTÁTUA DO REI D. AFONSO HENRIQUES, O FUNDADOR DE PORTUGAL
Razão oficial: estava sozinho. O Doutor tentou explicar que não era de lá. Que tinha vindo de Lisboa e gostava de conhecer o local. Que tinha uns amigos que já estavam lá dentro, a fazer parte de todas as festividades palacianas que por lá haviam. Os guardas do Castelo, fieis às ordens, sublinharam de forma peremptória a sua posição:
- Sem companhia não pode entrar.
Ora o Doutor, que nunca antes tinha sido privado de aceder a qualquer corte,
levou a peito esta razão, e toca de apanhar um táxi para o centro de Albufeira,
onde foi buscar a tão necessária companhia para poder fazer a sua aparição na
festa.
Chega, já acompanhado novamente à entrada do Castelo, e fala com o guarda que
lhe tinha vedado a entrada:
- Muito bem, já estou acompanhado. Posso entrar agora?
- O amigo desculpe – diz ele enquanto observava a ‘dama’ de alto a baixo, com
cara de reprovação, e um certo ar de gozo -, mas a sua companhia tem um ar
duvidoso.
- Duvidoso? – perguntou o Doutor espantado – Mas qual é a sua dúvida? É uma
puta, não tem nada de duvidoso.
E pronto, o Doutor e a sua acompanhante entraram, ele pagou-lhe um copo e o
táxi de volta, e lá ficou, na festa da corte com os seus amigos.
Morais da história:
1 – Se isto fosse um filme e ela fosse a Júlia Roberts, tinha consultas de
graça até ao fim da vida.
2 – Às vezes é melhor chamar as coisas pelo nome, para que não hajam dúvidas.
3 – Afinal, hoje, como no passado, a entrada nos castelos não é só para
princesas...
Os diálogos acima escritos
foram recriados de forma tão fidedigna quanto possivel, dado que são a
transcrição escrita do relato de um relato.
A palavra puta aparece
totalmente escrita e não p*t* como eu costumo fazer, para não perder a graça