LOLLA_28

 
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Não faça do teu sentimento um wi-fi... A senha disponível pode muito te machucar e coração é lugar de um só morar!
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Бинго

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Devolva o tempo que eu perdi com você!


Mudei de trajeto, mas o vento continua usando o seu perfume…

Eu sinto falta de acreditar. Logo eu, que sempre fui crente no amor, agora estou à beira do abismo da solidão. Eu sinto falta de acreditar nas pessoas, fujo dos olhares intimidadores e dou risada quando me falam sobre sentimentos. Eu joguei as expectativas no lixo, descartei a própria sorte e se o caso for de merecimento, eu preciso ser internada por me auto julgar incapaz disso. Eu sinto falta de alguém que eu nunca tive, de um abraço apertado e uma palavra sincera. Eu sinto falta de atitudes convincentes, de um relacionamento verdadeiro. Eu sinto falta de acreditar depois de tudo o que passei e, talvez, eu nunca mais confie em ninguém.

É dolorido assumir que o amor para mim, tornou-se um inimigo. Eu ando fugindo de tudo o que acelera o meu coração, atiça as minhas borboletas no estômago e arrepiam a minha pele. Logo eu, que sempre fui coberta de razões, agora sigo desconfiada. Reparo, desesperadamente, por todos os lados e busco por alguma coisa que nem sei ao menos do que se trata. Eu caminho perdida, sem rumo. Estou deixando a vida me levar, mas eu nunca fui assim. Eu, sempre organizada e preocupada, fazia planos a longo prazo por medo das coisas não darem certo. Eu acreditava que seguir um cronograma era melhor do que contar com o universo conspirar a favor das minhas preces. Eu era uma pessoa firme, forte e segura. Além de tudo, eu era teimosa. Acreditava somente em fatos e, de restante, eu ignorava sem nenhum tipo de piedade.

Eu nunca tive medo de perder, sabia do meu valor. Insistia, persistia e corria atrás dos meus sonhos e objetivos. Eu não fazia com os outros, o que eu não gostaria que fizessem comigo. Sempre ansiosa, mas com os pés no chão. Embora sensata, eu sempre fui de humanas. Exatas nunca foi um ponto forte, a minha única compreensão era que eu e você somos par. Depois de descobrir que esse cálculo deveria ser subtraído e não somado, eu abri mão da matemática e comecei a investir em imparcialidades.

Antes de você, eu dormia e acordava com o peito cheio de esperança. Assistia filmes de romance, constantemente buscava conforto em livros, dedicava músicas para alguém. Eu surpreendia com mensagens, recados e cartas de amor. Eu gostava de dar presentes e lembranças, mesmo em ocasiões nada especiais. Eu era animada, daquelas que as pessoas fazem muita questão de estar junto. Eu era, modéstia à parte, uma ótima ouvinte e conselheira. Era brincalhona, mas sabia o momento exato de falar sério. Eu era uma pessoa equilibrada, intensa e querida por todos. Eu gostava de me arrumar, dançar e sair. Eu chamava atenção de longe, eu conquistava sorrisos involuntariamente. Vez ou outra, alguém chegava para me beijar, achando que eu fosse qualquer uma dessas que se pega facilmente. Também já desejaram o meu corpo na mesma noite em que me conheceram. Fazer amor é um dos meus fortes, mas a falta dele me enfraquece por completa.

Depois de você, tudo mudou. Eu caminho solteira, mas nunca sozinha. Não dou moral para cantadas baratas, xavecos furados ou ideias clichês. O óbvio não me convence mais, jogos me perdem na primeira casa, não chegaremos à lugar algum, muito menos ao quarto. Eu não tenho paciência para quem muito fala e pouco faz. Eu aprendi a escutar mais, que o silêncio também é resposta e, que muitas coisas, não valem o desgaste. Eu constatei que a fé move montanhas. Que quem não cuida, não merece ter. Que a reciprocidade é a chave mestre do sucesso em qualquer tipo de relação. Depois de você, nada permaneceu igual. Eu amadureci rapidamente, quando eu menos esperava. Tive que crescer e evoluir os meus pensamentos, para não entrar nas suas paranoias. Eu caí da árvore mais alta e, ao contrário de apodrecer, para o seu azar, eu me fortaleci. Me reergui do mesmo chão que você me deixou, largada na sarjeta, em pedaços. Éramos tudo, agora sou metade. Aprendi que é mais saudável cultivar amor próprio do que oferecê-lo a quem pouco se importa.