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připojena: 03.01.2011
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A mulher e o elixir da juventude

By João Carlos Lopes dos Santos

 

Na minha escala de apreciação feminina, os conceitos começam com as normais, já que, para mim, não há mulheres feias e sim as desatentas.

Depois das normais, vêm as mulheres bonitas, as lindas e, in fine, bem no topo, as mulheres interessantes.

O que é uma mulher interessante?

Na minha ótica, é aquela que soma os mais variados predicados, apresentando uma síntese perfeita.

A perfeição aí não é uma fórmula pronta, absoluta, estereotipada, e nada tem a ver com idade, altura, peso, raça ou tipo de beleza.

Uma mulher pode ser linda e desinteressante. É claro, não vou cometer a indelicadeza de exemplificar

Há mulheres que as outras acham feias e são conceituadas de forma antagônica pelos homens. Em matéria de julgamento, cada macaco no seu galho.

Decerto, é fundamental que a mulher tenha caráter, classe, personalidade, espontaneidade, inteligência, simpatia e que saiba sorrir. Mulheres de qualquer condição social – de freiras a prostitutas – que tenham os sobreditos atributos, dificilmente, deixarão de ser interessantes.

A mulher interessante não precisa de holofotes, de mídia, de marketing, nem de quem lhe venha apontar as virtudes ou tecer elogios. Ela é ela. Singular, original, personalíssima, não lembra ninguém, tampouco se parece com ninguém.

A interessante tem luz própria. Sempre causa torcicolos aos homens e inveja às concorrentes. É uma mulher que não apresenta defeitos – embora os tenha – porque ninguém os nota.

Acreditem no que digo, posto que o meu único talento seja detectar qualidade, não só no que tange às mulheres, mas em tudo.

O tempo passa mais rápido para as belas

Embora haja beleza em todas as idades, quanto mais bela for a mulher, mais ela sofrerá com o passar dos anos. O tempo passa mais devagar para os homens – causando menos estragos –, só porque eles dão menos bola para o assunto. A idade, sem dúvida, é um monotema feminino.

Mesmo que os fundamentalistas discordem, saibam que juventude e velhice são estados de espírito. Velhos, com qualquer idade, serão sempre aqueles que quiserem ser. Quem quiser optar por ser velho, tem todo o direito.

No fundo, a velhice sadia de corpo e alma é uma benção. Hoje, posso lhes dizer que sou muito mais feliz do que ontem. Já tive mais, hoje sou muito mais. Faço o que quero e gosto, sem ter que pagar os ‘micos’ que os jovens e os envergonhados pagam.

A maturidade nos ensina muitas coisas, mormente, que só devemos responder às nossas consciências. Contudo, há que se ter um cuidado, que serve para os homens e mulheres: dê preferência a frequentar a sua turma; contudo, obviamente, há que se observar o que fazem os mais jovens e, também, conviver harmoniosamente com eles. Mas, sem dúvida, quem convive com gente da sua idade nunca se sente velho.

A atualização é fundamental

Não vou repetir o que já escrevi numa crônica que está tanto na www.pitoresco.com/consultoria como na www.consultarte.com. Em lá estando, selecione ‘Crônicas de Nova Ipanema’ e, depois, clique em ‘Você tem medo da internet?’. O personagem daquela crônica foi reeleito para a Associação dos Condôminos de Nova Ipanema (ACNI), em março de 2003, aos 89 anos. Foi o segundo colocado numa lista de 48 condôminos. Veja lá um exemplo de longevidade sadia.

Sobre isso, a longevidade sadia passa por muito movimento físico, mas também por um joguinho de cartas (biriba, sueca e outros que não envolvam dinheiro) e, mormente, pelo uso da internet. É triste a velhice para quem não joga cartas e não navega pela rede mundial. Ambas as atividades incentivam a integração social – real e virtualmente.

Não me matem!

As mulheres vivem apalpando as gordurinhas localizadas, celulites, defeitinhos, espichando aqui e ali em frente ao espelho. Perdoem-me a comparação, mas você já parou para pensar que, se for para agradar aos homens, são poucos aqueles que gostam de bife aparado. A maioria faz questão de comer o bife com aquela gordurinha do lado. Quase ninguém a come (a gordurinha...), mas até gosta de vê-la ali.

Chistes e machismos comparativos à parte, quem gosta de mulheres magérrimas, com certeza, são os estilistas de moda. Os homens gostam de mulher de verdade com seus defeitos e virtudes. Homem mesmo, do ramo, não descobre defeito em mulher e, se achar algum, faz dele um fetiche. Para os homens, quando o assunto é mulher anoréxica, em todos os sentidos, eles também perdem o apetite. O ideal não tem intimidade com os extremos

Muito mais que os homens, as mulheres são cheias de "grilos". Se os homens, que gostam da fruta, analisassem as mulheres como elas se autoanalisam (e às outras...), aí sim, seria uma monumental tragédia.

Com a idade, é normal que as pessoas fiquem mais experientes e mais cheinhas, sinais inequívocos de saúde física e mental que devem ser encarados como uma bênção de Deus.

Cirurgias estéticas, aplicações de silicone, botox e as lipoaspirações são recursos para as plásticas reparadoras e têm que ser usados com muito critério e executados por profissionais competentes. Quaisquer dessas intervenções têm que se cingir ao necessário, caso contrário, vira uma história parecida com aquela que conhecemos do agora saudoso pop-star norte-americano.

Sem cometer a indelicadeza de nomeá-los, sei de casos de mulheres que deixaram de ser interessantes, após intervenções ditas estéticas, quando se deformou o que era fator de um conjunto harmonioso.

O grande segredo

O segredo é assumir, não a velhice, mas sim as novas responsabilidades que a vida sempre nos apresenta. Seguir em frente, procurar a saúde física e mental, a paz de espírito e a felicidade. Se não se quer morrer, a velhice será inevitável e só nos resta, então, administrá-la com inteligência.

Que não seja por falta de ditados: ‘Panela velha é que faz comida boa; ‘Certas mulheres são como o vinho, quanto mais velhas e encorpadas, muito melhores’; ‘Sempre haverá um chinelo velho, para um pé doente’; e, da minha lavra, parodiando a terminologia automobilística, ‘Se andam reclamando muito da sua suspensão, mude de piloto’.

E onde está o elixir da juventude? Não me diga que você se deu ao trabalho de ler até aqui, pensando que eu fosse lhe vender um frasco com uma poção mágica qualquer...