Do amor, não se sabe.
Que bom que na vida
a gente aprende...
Aos poucos,
Com o primeiro gesto...
Por vezes, na infância,
A doce lembrança
da primeira paixão.
Inocente, talvez,
Mas com a força
adolescente do querer.
Nas eternas idas e vindas
do amor na juventude,
Inquietude e desejo
transbordando de prazer.
Tempo em que doamos a vida
a quem nos proporciona a paz.
Toda a intensidade na verdade imaginária
de uma eternidade que se dissipa
na promessa do próximo amor eterno.
As primeiras mechas brancas,
Nas almas claras de um amor sereno,
A certeza da relação perene,
Que solene solidifica em filhos,
O amor com rompantes conscientes,
A cama bem feita e o beijo cuidadoso,
O olhar carinhoso e o bilhete sobre a mesa.
Uma verdade que culmina
aonde começa a amizade e o amor termina.
O diálogo de portas abertas
E os ouvidos prontos para a vida.
Construídos para o amanhã
com sentimentos do passado.
Lado a lado no tempo acumulado,
Os beijos de lábios enrugados,
Mas ainda com sabor de pecado,
Fraqueza no corpo,
Desejos na mente.
O amor é somente
uma vida que sente
quando o tempo passa
sem que se sinta passar...
MÁRIO SÉRGIO ANDRADE