acma1953

 
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I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Uma conversa a 2, Deus e eu

EU: 

Uma das primeiras coisas que aprendi com a maturidade foi a de reconhecer na natureza a aptidão para simplificar o complexo, para nos remeter para o essencial, para nos deslumbrar com o belo, com o óbvio. Sei, ainda, que o segredo das coisas não está na descoberta das respostas mas antes na formulação das perguntas. E a primeira, a que verdadeiramente interessa, remete-me para “o que ando cá a fazer?”. Segue-se naturalmente uma segunda, “como raio vou simplificar a resposta?”. 
É fácil perceber que a pergunta formulada inicialmente não é suficiente pois tem ainda uma carga de complexidade que teria de ultrapassar. Assim fiz para mim outra, “onde estou?”. De facto, para perceber o que sou tenho primeiro de entender o que me rodeia. 
Comecei a invocar todos os meus sentidos e rapidamente percebi que nenhum, a sós ou combinado, poderia dar sequer uma pista, uma ideia. Reli os manuais, fixei os autores, segui as teorias e nada! Precisava de uma nova pergunta, “a inteligência e os sentidos serão suficientes para encontrar a resposta?”. 
Percebi que não, que pedir a uma célula para explicar o corpo não era tarefa árdua mas antes inútil. Fez-se luz, um reduto de esperança, “haverá respostas sem perguntas?”. 
Como é fácil responder a esta pergunta, ingénua para alguém que vive o mundo da ciência, mas fácil contudo. Basta a predisposição para acreditar, para aceitar; pois é, descobri a Fé! Grande coisa dirão, tudo direi eu. Mas que Fé? A Fé de que algo transcendente à minha inteligência e sentidos unifica tudo, cria este imenso espaço que vai do que se vê ao que se sente. Uns chamam-lhe energia, eu chamo-lhe Deus. Sei que, assim como nas diferentes confissões, estamos todos a falar do mesmo. A grande diferença é que eu já sei onde estou e para minha sanidade dispenso a pergunta. 
Regresso então à primeira, “o que ando cá a fazer?”. Terei algum desígnio, será efémera a minha passagem, qual a conduta que me deve reger? Ocorreu-me que não estava só, que o sistema tem vasos comunicantes, que havia o efeito borboleta, etc. Faltava-me assim uma última pergunta, “o que andam os outros cá a fazer?” 
Olhei o mundo e vi a evolução da natureza, a história dos homens, suas cores, credos e ideais. Como posso explicar a injustiça, a guerra, a doença e a pobreza? Porque seria o mundo imperfeito? Poderia a imperfeição ser a perfeição? Claro! O mundo é imperfeito para poder oferecer incerteza a todos, para poder dar de alguma forma um risco incerto à vida de cada um. Maravilhoso! Afinal há um desígnio, a minha esperança de concluir aumentou. 
Mas não havendo certeza haverá destino? Não! Existe de facto escolha, o livre arbítrio! É no cruzamento da incerteza com a escolha que se traça o curso da vida. Ok! O papel dos outros é criar o meu contexto e eu faço parte do contexto deles. Continua a dúvida, “o que ando cá a fazer?”. 
Serei eu parte da tal energia, fará tudo parte do todo? Claro que sim, e se eu fizer melhor o todo melhorará! É isso, ando aqui para fazer as escolhas simples, aquelas que não ferem o contexto de ninguém! Tudo o mais é irrelevante, nada me fará mais feliz! 


DEUS: 
Meu filho, prefiro um mundo simples a um mundo fácil! Obrigado por me teres ouvido … 
Uma criança e muitas perguntas ... 

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Um adulto e uma resposta! 


https://www.youtube.com/watch?v=HPcgM1MnDnI