É de manhã que eu prefiro... quando os raios de sol brilham delicadamente filtrados entre as ramagens das árvores, os pássaros começam a chilrear de arbusto em arbusto deleitando-se com as gotas de orvalho puro e transparente, os corpos em repouso relaxam com a frescura do amanhecer, o espírito ainda toldado pelo sono, viaja de nuvem em nuvem enquanto os sentidos se libertam do torpor da noite e, recuperam a sensação de bem estar…o calor do outro, o cheiro, a respiração...
São as manhãs que prefiro, quando a minha mão toca a tua pele, o teu sorriso babado e doce irradia felicidade, quando os meus dedos suavemente te acariciam e, os músculos ondulam percorridos por múltiplos calafrios e, os nossos corpos encaixam na perfeição numa dança sensual como se fosse um tango ritmado no silêncio... de manhã cedo bailámos. As ancas lentamente balanceiam num reflexo natural de dois corpos que acasalam e se fundem, uma sensação de poder... gostar que te sentes sobre mim, maior, mais alta, mais forte, através deste prazer que partilhamos, que recebemos e oferecemos, para seguir este caminho juntos, em perfeita harmonia, numa cadência perfeita.
A respiração quente torna a pele húmida, o balanço redobra, mais rápido, mais forte, mais longe, como o vôo de uma ave aprisionada em direcção à liberdade para o prazer supremo... desse enorme galope sobre uma pista florestal onde o som dos cascos é abafado sobre a almofada de espuma.
Então pergunto-me se nesses momentos, o mundo nos pertence em toda a plenitude da vida!
