Na suave brisa ouço o clangor que sobre o velho chão polido, os sapatos fazem soar ao bater no soalho. Sapatos de salto alto e saias audaciosas, farpelas e luzes deslizam ao som dos acordes da música.
A noite purificada encanta os corpos entrelaçados… odor de descarada sensualidade no ar.
A mulher claramente abre o decote para deslumbrar os olhos do parceiro.
Como fluido que derrama o seu veneno em todas as veias, quentes. A dança ultrapassa os seus direitos sem cerimónia acariciando as almas dos futuros amantes.
Aproveitando-se da maravilhosa curva dos rins, a mão exige que os passos se fundam à cadência das horas do ritmo argentino. Na obscuridade do átrio, os corpos incendeiam.
As resoluções recentes perdem convicção na fronteira da quente voluptuosidade.
É preciso pouco para dar o salto e, dar-se ao seu parceiro… enlaçados.
Outra volta na pista para segurar o ombro, mão… confissões
A orquestra pára no limiar do desejo
Tango, exijo… desejar-te