- Que brincadeira é essa? _ Bradou surpreso.
_ Estudei todas as ciências, fui da física à metafísica (passando pela quântica), domino a filosofia e as religiões, estudei as artes... Como agora ser discípulo de um aprendiz?
_ Calma professor. _ Falou seu mestre.
_ O senhor tem muito conhecimento e o saber é extremamente importante. Mas se o que sabemos, não se faz útil a nós e aos outros, esse conhecimento não serve para nada. Nas suas aulas, aprendi muita coisa, que por si só, não tinha nenhum significado. Teoria sem prática, é letra morta, cultura inútil, adorno para o ego. Aprendi um pouco a tornar-me (e a meu saber) útil. Estou aqui para lhe convidar a caminhar comigo em busca da sabedoria, nessa estrada infinita, onde todos somos alternadamente, mestres e aprendizes.
* * *
Pode parecer um paradoxo, mas saber muito, em alguns casos, emburrece tanto quanto o pouco saber. Quem acumula saberes, não se torna necessariamente sábio. A sabedoria não está no simples fato de se armazenar conhecimento, mas em saber usar bem aquilo que se sabe.
As armas, as guerras, a degradação ambiental, a inquisição e tantas outras ideologias caquéticas... Tudo obra do muito saber e de pouca sabedoria.
A melhor enciclopédia, um bom dicionário, são "depósitos" de saberes. "Como eles", existe gente que julga tudo saber, PHDs em todos os assuntos, mestres nisso, doutores naquilo... Estagnam na pretensa sabedoria, passam a ver tudo e todos com o preconceito comum aos que julgam-se superiores aos "simples mortais". A ignorância culta, em muitos momentos, os torna mais estúpidos que os ignorantes propriamente ditos.
Os verdadeiramente sábios, costumam amealhar entre seus saberes: discernimento, humildade, simplicidade, altruísmo, paciência, compreensão, respeito, calma, compatibilidasde...