FRUTA PROIBIDA
Fruta sumarenta como cachos de uva de prata,
Somos como sangue e vinho ardente e sal em ebulição,
Forno do amor, fruta do perdão, doce tentação,
Laranja amarga, coração de gente amarga.
Doce de melão, amor duvidoso,
Gila, fartura e paixão, amor e traição, sangue e luxuria,
Ananás desgostoso de almas carentes,
Amor e morangos, amor juvenil, doces momentos.
Manga, corpos ardentes, corpos molhados, de imensidão.
Cocô a Lua paixão, feita de prata,
Amargo limão, doce e protecção
Minha carne é o sumo da vida, feita de ira e turbulência, encanto e magia
Lembras-te que falámos das frutas
Naquela noite, por simples brincadeira?
Pois acho que sonhei com as farturas
Das delícias sentidas daquela maneira…
Quando abri os meus olhos, hoje cedo
Senti sorrir-me uma alegria ligeira
Teve um sabor a bruxedo
Vindo dos sonhos, de forma ligeira
Pois então, na minha mesa do quintal
Estava um cesto de frutas variadas
Com um aspecto verdadeiramente divinal…
Quem sabe se não estavam enfeitiçadas…
E com uma piscadela de olhos
Sorri e fui provar cada uma
Descalço, abandonei lençóis e folhos
Com receio de não provar alguma
Mas as frutas que provei
Tinham gosto a “quero mais”
Depressa as abandonei
Sabiam a pecados mortais…
Só porque tu és a minha Maçã
Aquele tal Fruto Proibido
Que até no Paraíso de Adão
Me traria esse Sabor tão merecido!
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