Um pequeno vento morno sopra sobre a pele. Na janela as cortinas bailam e esvoaçam, como as velas de um barco que nos leva ao sabor das ondas do nosso amor, causando arrepios na cútis. A minha mão agita-se para te aquecer, solto palavras em sussurro tingidas de doçura e amor. Tu sorris, com aquele teu sorriso sempre cúmplice e misterioso.
Sempre atenta estudas com o teu olhar à procura da definição destas declarações. As minhas emoções não podem suster um vulcão de desejos na doçura desta manhã maravilhosa, como um navio de ouro que nos conduz para um amanhã, a navegar num mar de amor inundado de pequenos despertares em que nos cortejamos e, teus lábios murmuram palavras doces.
Então o meu coração vai à loucura, bebo as tuas doces palavras e a nossa vida transborda de alegria entrelaçados em lençóis de seda, amorosamente nos braços do destino.
O movimento dos nossos corpos acasala com o barco que navega sobre grandes vagas. Estamos sozinhos no mundo, nada mais belo… o ritmo que imprimem as ondas na água.
Ela prefere o amor e o cheiro salgado do mar que perfuma a minha pele e lhe dá um gosto de algas e maresia… eu, percorro a sua pele bronzeada que o sol queimou, deixando-me na boca um sabor amaro.
Comungamos com os elementos enfurecidos, deixando o barco navegar à deriva tomamos então consciência dessa imensidão oceânica, a fragilidade das nossas vidas e, a nossa futilidade. Mas quando o crepúsculo vem para repousarmos, nos meus braços, seu porto de abrigo; serena, aninha-se.
E é debaixo do céu, na noite estrelada que ela se entrega... sob a Via Láctea.
