acma1953

 
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I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Vontade de ti, vontade de voar

Vontade de voar. De subir sem parar até ao ponto do céu onde nem passam os aviões, estratosfera ou ainda mais, sem fôlego perante a imagem azul do nosso espaço comum.

Vontade de me elevar até onde o mundo pare de respirar, mesmo antes do espaço que as estrelas enfeitam de luz. Lá em cima, bem alto, lá em cima onde não existe o som, na fronteira entre o espaço que sonhei um dia conhecer e falhei e um outro espaço no qual concretizei os desejos que me inspiraram os beijos teus.

A realidade tangível na ponta dos meus dedos e as asas dos meus medos que partiram quando o amor se impôs sem apelo nem agravo e com ele esta vontade de voar, de subir sem parar, dentro de ti, até ao ponto do espaço, o ponto no tempo, em que uma estrela explodiu, o teu sorriso, e o espaço negro e vazio se iluminou em todas as cores que o universo conseguiu inventar.

O brilho nesse olhar que me sorri quando aproximo de ti a mão que passeia nesse rosto que o destino escolheu para me encantar, algures no céu onde dizem morar os divinos artesãos que moldam com as suas mãos as mais perfeitas criaturas, tão belas, tão puras, que só os eleitos conseguem entender únicas e especiais.

Vontade de te amar, cada vez mais. De sentir sem parar a emoção. De poder passear a minha mão na aura da terra e depois aterrar para lhe poder tocar a pele, a tua, a pele que sentiu, e nascerem flores como sinais indisfarçáveis de um imenso arrepio.

 


Um sinal de ti, com paciência chegarei

Espera que te diga aquilo a que me obriga a condição masculina, a iniciativa tem que ser minha (são tradições...) ou serei desacreditado e ficarei posto de lado na tua deliberação. Espera que peça a tua mão para um beijo nas suas costas, o desejo que apostas existir no meu olhar que insiste em fugir para partes tuas que anseio ver tão nuas como a alma que expões.

Guarda para mim o que tens de mais precioso, para lá do corpo generoso, essa vontade de amar que te esforças por demonstrar pelos meios ao teu alcance e eu pareço só olhar de relance mas devoro com a ansiedade de quem aguarda cada sinal.

Torna-me indispensável, fundamental, nos teus dias e aproveita as alegrias que te dou e que compensam tudo aquilo que sou de menos positivo.

 Espera que me torne mais activo neste caminho que precisamos percorrer, este tempo necessário para aprender o outro em toda a sua dimensão. Abre um pouco o coração e aligeira esses filtros que impedem de passar tudo aquilo que quero dar mas hesito por não confiar em mim enquanto capaz de ser assim como me precisas. Ou em ti, na tua capacidade de conviver com a verdade que me define, para lá do que se afirme nos esboços grosseiros que te permito espreitar. Espera por mim num lugar onde nos saibas sossegados, para sentires os teus medos dissipados como vapor da transpiração, uma espécie de (sinais de) fumo dos corpos em ebulição que podemos soprar a dois. Deixa que fique para depois o acerto das agulhas, a devida arrumação desta informação que entulhas para mais tarde reciclares nessa estação de tratamento, esse teu filtro com que avalias o amor em cada tempo que te predispões a viver a nossa paixão.

Aceita o meu amor, essa emoção superior que te arrebata, não receies aquilo que escapa à tua atenção e que possa trair a intenção de defenderes com unhas e dentes os teus bastiões mais importantes contra traições e outras ameaças já experimentadas em tempos que são águas passadas e que se lavam com um beijo presente de um amor que seja amante no futuro também.

Espera que te trate sempre tão bem que me queiras, por inerência, com toda a certeza possível, afastado jamais do tempo que te reste viver.

E sim, podes presumir que esperarei eternamente sentado pela maior clareza, pela imprescindível coerência dos teus sinais que continuo sem perceber na perfeição, mas que numa simples avaliação entendo com certeza, movido por esta decência de respeitar o que mais te preocupa sem conflitos ou exigências de respostas sob pressão.

Assim ficarei, até final e aguardarei um sinal de ti.

 

 

 

 


Amar sempre,mesmo com a anestesia

Varre para um canto, ignora, as coisas que te perturbam agora e abraça o passado recente com uma força urgente para preparar um futuro que aconteça. Não deixes que se esqueça o objectivo prioritário e varre o que se revelar desnecessário para debaixo do tapete virtual, concentra-te no essencial como o sintas se é verdade que acreditas, e não se trata de palavra vã, na pertinência de referir a existência de um amanhã.

Limpa da memória a parte menos bonita da história por instantes, recorda os momentos importantes que justificam a manutenção deste desafio ao coração e tira as tuas conclusões. 

Lembra-te da força das emoções em causa, mesmo perdida, da vontade do outro como era sentida num tempo que ainda não acabou e que nos resta para fazermos do amor uma festa e não uma fonte de ralações que destrua aos poucos as ligações adormecidas, as convicções abaladas, por tudo aquilo que urge varrer para um canto anestesiado, para que deixe de doer.

Por isso sempre que te olhava percebia o privilégio. Sempre que te deixava cometia um sacrilégio e cumpria penitência, perturbado pela tua ausência, abrindo o peito aos requintes da maldade de um algoz chamado saudade que me consumia na câmara lenta, uma sensação que atormenta, um relógio imaginário com os ponteiros em sentido contrário, em rota de colisão com o caminho do coração acelerado pelo tempo quase parado, paradoxal, numa ansiedade fora do normal que me agita por dentro e me baralha as reacções.

Sempre que te pensava incutia mais tentações na vontade que já sentia de te tocar de verdade e de te arrepiar como me sabia capaz. Sempre que te deixava para trás, no teu ponto de partida, sinto a despedida como um castigo, a saudade sem abrigo exposta no olhar que te revelava, a imagem de um calendário com os dias em sentido contrário, no beijo demorado que anseia o tempo parado, contra-senso, e dessa forma acaba por anunciar, intenso, a chegada de um outro tempo que tanto custa a passar.

 

 


Mind games, e cúmulos

MIND GAMES

Amor sem sexo é como um jogo de futebol bonito e cheio de oportunidades de golo mas que acaba empatado a zero.

Sexo sem amor é como um jogo de xadrez onde ficamos muito satisfeitos por comermos a torre mas dá-nos a ideia de que seria ainda melhor se tivéssemos comido a rainha.

Amor com sexo é como um jogo de sueca onde os dois parceiros repartem a totalidade dos trunfos.

Sexo com amor é como um jogo de dominó onde os praticantes encontram sempre forma de encaixar todas as peças.

Amor com ciúme é como um jogo de monopólio onde ninguém aceita trocar propriedades com os outros e alguém preferia que outrem nunca saísse da casa de partida.

Amor sem ciúme é como um jogo de computador no qual podemos optar por diversos caminhos ou permanecer sempre no mesmo sem que nenhuma dessas escolhas nos impeça a conquista do objectivo fulcral e jamais constitua o pretexto para uma eventual desistência.

 

Cúmulo da intimidade

Desabotoar o sutiã da sogra.

Cúmulo da precaução

Ouvir o vinil do Cazuza com agulha descartável.

Cúmulo da paciência II

Encher uma piscina com conta-gotas.

Cúmulo da confiança

Dois canibais fazendo 69.

 Cúmulo do Engano

 Uma minhoquinha entrar em uma macarronada pensando ser suruba.

Cúmulo da Ejaculação Precoce

Vai ser bom, não foi?

Cúmulo da Revolta

Se masturbar, colocar dentro de um vidrinho e entregar ao pai dizendo: pronto pai não te devo mais porra nenhuma.

Cúmulo da rebeldia

Morar sozinho, fugir de casa e deixar bilhete dizendo que não volta nunca mais.

Cúmulo da esperança

Um homossexual tomar groselha pensando em ficar menstruado.

Cúmulo do egoísmo

Eu não vou contar! Só eu sei!

Cúmulo da lerdeza

Apostar corrida sozinho e chegar em 2° lugar.

Cúmulo da burrice

Ser reprovado no exame de fezes.

 


 


As más companhias,ou as falsas amizades

MÁS COMPANHIAS

Desde pequeno ouço falar das más companhias. São o terror de qualquer progenitor, embora sejam perfeitas para justificar comportamentos menos correctos, para desculpabilizar as crianças que, devidamente acopladas a um bode expiatório, ficam como vítimas de más influências e parecem menos mal.

As más companhias são como o diabinho que disputa com o anjinho a nossa consciência em sentido figurado. São muitas vezes o pretexto para fazermos algo que sozinhos talvez não nos propuséssemos fazer, mesmo quando a vontade é tão irreprimível que basta aquele empurrãozinho para nos predispormos a pecar. E se for na companhia de outrem, fica sempre à mão a má companhia para serenar o espírito quanto ao mau fundo que revelamos em determinadas ocasiões.

Mas as más companhias têm, como tudo o que nos facilita o acesso às coisas boas mas proibidas (nem que apenas psicologicamente e não de facto), um reverso da medalha. Muitas vezes servem de testemunha das nossas travessuras e depois dão com a língua nos dentes e entalam-nos. Não podemos queixar-nos, claro, pois más companhias são exactamente aquilo que a designação pressupõe.

É que nunca se sabe o que o futuro nos reserva em matéria de vínculo a esses figurantes de circunstância e depois zangam-se as comadres e fica o caldo entornado, fica exposto o pecado e não há saída possível senão assumir as culpas no cartório de forma humilde e digna ou de forma arrogante e falaciosa. E se a versão humilde acaba por resolver qualquer imbróglio com simples reconhecimento da asneira e subsequente pedido de desculpa a quem se magoou ou traiu no pressuposto da confiança, a outra opção ainda enterra mais a pessoa no lodaçal das fugas em frente que só garantem tropeções e quedas aparatosas.

As más companhias, que saem sempre ilesas das caldeiradas porque se escudam por detrás da pessoa acompanhada que acaba por ficar com o bebé ao colo, são por norma pessoas espertas, manipuladoras e desleais. Arrastam os outros como quem não quer a coisa até à beira de um precipício qualquer e depois deixam-se ficar a observar o resultado da aventura, divertem-se até com os riscos corridos pelos outros que desencaminham e sentem a euforia do poder perante a sua capacidade para os tentar.

Saem sempre ganhadoras, essas pessoas falsas no discurso e impunes nas consequências. Na pior hipótese servem de má companhia, de referência para alguém que precise de encontrar uma explicação para os actos surrealistas que mesmo as pessoas que nos sejam muito próximas são capazes de protagonizar.

Por isso se multiplicam, contagiando presas fáceis que se tornam por sua vez (e depois de se perceberem iguais a quem as desencaminha, enquanto suas cúmplices) más companhias para outro incauto qualquer, abertos os precedentes. E destacam-se da multidão devido a um fenómeno fácil de constatar: as más companhias, sempre prontas a substituírem quem manipulam a seu bel prazer, são no entanto exactamente como os criminosos e voltam sempre ao local do crime.

O que na maioria dos casos equivale a repetirem as graçolas com outra carne para canhão que lhes ocupe de forma transitória as vidas cheias de piada.