Um pintor de paredes era paradão na mulher do vizinho. E pelo jeito ela correspondia. Rolava um certo clima, trocas de olhares, mas a coisa nunca evoluía, porque o marido era um baita ciumento e trancava a mulher dentro de casa quando saía pro trabalho.
Querendo arrumar um jeito de se aproximar, o pintor teve uma idéia.
-Sabe como é, Joaquim – disse ele, pro vizinho – Nós somos vizinho há tanto tempo. Eu ando com um tempo sobrando, então tava pensando. Você não quer que eu pinte sua casa de graça?
-Claro, meu camarada! -Agradeceu ele - Aparece aqui amanhã de manhã que você já começa!
No dia seguinte, logo cedinho, o pintor chega todo animado, lata de tinta numa mão, pincel na outra. E o marido ciumento diz:
-Se você não se importa, vou trancar a porta. Não gosto que minha mulher fique dando voltinhas por aí.
-Claro, Joaquim. Você é quem sabe!
Foi só o marido sair para o trabalho que começou o rala e rola. O negócio foi esquentando, mas de repente ouve-se um barulho de porta. O corno tinha voltado!
-E agora? -pergunta a mulher, desesperada.
O pintor só teve tempo de pegar o pincel e começar a pintar, com um jeito bem distraído.
O que é isso?- pergunta o marido, assustado - Você pede pra pintar minha casa e fica pelado na frente da minha mulher?
–Pô, eu tô pintando de graça e você ainda quer que eu suje a minha roupa?
–Hummm!?? E esse pinto duro, aí? - Diz ele, apontando para o referido do pintor, que estava em ponto de bala.
E o pintor responde com a maior naturalidade:
–E onde é que você queria que eu pendurasse a lata?
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SÃO JOÃO NEPOMUCENO
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Tenho em mim que os sofrimentos da vida presente não têm comparação alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.