Quando acaba, se for intenso e genuíno, seja qual for a consciência que tenhamos ou os motivos reais para justificar-lhe um fim, não há fuga possível ao vazio que se instala e nada consegue preencher.
As nossas culpas, as de terceiros, nem mesmo os desígnios divinos colmatam com explicações desnecessárias uma perda que sentimos irreversível, quaisquer que sejam as circunstâncias que a provoquem.
A nossa felicidade fica sempre comprometida perante as dúvidas, as mágoas, os remorsos, os desprezos até. E acima de tudo pela saudade. De quem se amou ou apenas, egoísta, da força e da beleza da emoção que se sentiu e nunca será repetida ou reproduzida na íntegra.
Ninguém resiste incólume à extinção de uma violenta paixão, ao frio interior que resta quando um amor chega ao fim e temos a noção dessa realidade maldita, enfrentamos a desistência de um compromisso que se firmou mas um dia deixou de valer a pena.
Impossível de contornar, tudo isso mais o colapso (sempre) prematuro de algo que desejamos eterno, imortal, utopia.
Por isso, e por quanto possa soar paradoxal ou fatalista, a única garantia de um final verdadeiramente feliz para um grande (grande) amor é a morte de quem o viva.
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