Que fiz eu? Eu que amo a água, o mar, a luz do sol, as manhãs de verão, a noite amena nas colinas e um acervo de pequenos detalhes, para alguns sem o menor interesse, como esta oliveira muito redonda que me faz lembrar uma qualquer aldeia da Beira Alta onde nasceu o meu pai, ou aquela escada azul e branca ladeada por duas fontes num outro lugar que esqueci o nome.
Não lamento ter vindo aqui nem ter que sair em direcção a um desconhecido que nenhuma pessoa jamais conheceu.
Tive uma vida bela, ainda não tão longa para o meu gosto, mas com alguns momentos de sorte.
Obrigado.
Cometi erros e erros, perdoem-me por eles. Nem sempre fui justo com os que me rodeiam, desculpem-me.
Pensem em mim de vez em quando, cumprimentem o mundo por mim, quando eu me for daqui a… 300 anos.
A vida é uma máquina engraçada, umas vezes faz-nos derramar lágrimas de sangue, outras faz-nos enlouquecer de felicidade. Volto de novo a esse tempo que perdi e ganhei e, digo a mim mesmo que talvez me tenha equivocado, acho que posso estar errado, mas o tempo; esse deu-me como que por acaso, muita alegria e boa vontade e o que de melhor tem a eternidade...a vida de um homem entre outros.
ESTAMINÉ DO ACMA