O diagnóstico…kkkkkkkkkkkkkkk
Após quase 50 anos atendendo pacientes na zona rural, o doutor Maciel decidiu que tinha chegado a hora de se aposentar.
E escolheu o jovem Dagoberto, filho de pais que ganharam a vida com a medicina, estudioso, interessado, para substituí-lo.
Antes de abandonar definitivamente a profissão, o Maciel sugeriu ao novo diplomado que o acompanhasse nas visitas domiciliares para que as pessoas se habituassem a ele gradativamente.
Na primeira casa, uma mulher queixou-se de dores estomacais.
O Maciel, experiente, acabou com o assunto no mesmo momento.
– A causa provável é que você abusou das frutas frescas! Sugiro que reduza a quantidade de agora em diante! – avisou o quase aposentado.
Assim que os dois abandonaram a casa, o Dagoberto não se conteve.
– O senhor nem sequer examinou aquela mulher! Como conseguiu diagnosticar tão rapidamente? – questionou.
– Você notou que eu deixei cair o estetoscópio no chão? Quando me abaixei para apanhá-lo, constatei que havia muitas cascas de mangas, bergamotas e ameixas verdes na lata de lixo! – anunciou o veterano.
Na visita seguinte, conforme havia ficado combinado, o Dagoberto se apresentou para uma mulher, ainda jovem, muito bonita.
E ela queixava-se de fadiga.
– Você provavelmente deu muito de si para a igreja! Se reduzir essa atividade, talvez recupere suas energias! – comunicou o novato.
Na saída, espantado, o Maciel tratou de tirar a dúvida que estava instalada na sua cabeça.
– Seu diagnóstico surpreendeu-me! Como você concluiu que aquela mulher se dava de corpo e alma aos trabalhos religiosos? – questionou o Maciel.
– Eu apliquei a mesma técnica que o senhor me indicou! Deixei cair o meu estetoscópio e, quando me abaixei para apanhá-lo, vi o padre debaixo da cama…
