.anitnelav

 
belépett: 2007.03.15
"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
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A língua aqui e ali...


Língua é uma coisa complicada, quando usada aqui pode dizer uma coisa, já lá pode ter um significado completamente diferente...

Olha a mente poluída, já basta a minha... hahaha

Recebi o e-mail abaixo e não conferi nada porque algumas palavras/expressões eu já conhecia então supus que todas as outras estivessem corretas, mas se houver algum erro, peço desculpas e que me avisem para que eu os corrija.

 

FALAMOS A MESMA LÍNGUA?

 

“Relato sobre um casal português de passagem por Pernambuco:

Ainda no aeroporto, pediram uma água fresca lisa (gelada e sem gás), pois tinham comido no avião uma punheta (bacalhau cru desfiado, servido como tira-gosto).

Após a água, nosso amigo tomou uma bica (cafezinho).

Foi ao salva-vidas (sanitário) e disse-nos que o autoclismo (descarga) funcionou com dificuldade.

Na rua, viu os almeidas (garis) recolhendo monstros (entulhos). Perguntou-nos como estava nosso puto (adolescente) e se as canalhas (várias crianças) de meus irmãos estavam bem.

Se a SIDA1 (AIDS) estava sendo contida nas campanhas com o uso do durex2 (camisinha, pois a fita durex lá se chama fita-cola).

Desejou passar num armarinho e ao chegar queria comprar alfinetes e pregadeiras (broche em Portugal significa sexo oral realizado pela mulher no homem).

Na farmácia compraram também um penso (curativo) porque algo sentia no pé. E, como a mulher estivesse com história3 (menstruada), queriam também um penso higiênico (absorvente íntimo), pois já estava sujando a cueca (calcinha de mulher). Aproveitou e adquiriu um adesivo (esparadrapo) para proteger o pé do sapato, que estava apertando.

No bar, perguntou se havia no recinto muito paneleiro (bicha) que não honrava a pila (pinto) e fufa (sapatão) com cara de gajo (rapaz). Tomou algumas cervejas de pressão (chopinhos) e pagou a conta ao empregado de mesa (garçom).

Pela manhã, na praia, admirou-se com a pronta ação do banheiro (salva-vida), ao retirar do mar uma rapariga (moça) que se afogava. Ficou impressionado com passageiros que viajavam dependurados no autocarro (ônibus).

Achou um giro (legal) o movimento na Praia de Porto de Galinhas.

A todo momento passava a mão no saco4 (bolsa a tiracolo de homem e de mulher), preocupado com pivetes.

Achou uma ponta (excitação sexual) os biquínis sumários existentes.

Comprou carne de borrego (carneiro novo) no talho (açougue) e levou para guardar no nosso frigorífico (geladeira é um termo completamente desconhecido).

Gostou do nosso andar (apartamento), por ser muito ventilado, no sexto piso5 (andar).

Estranhou o ardina (jornaleiro) vendendo na véspera o jornal do dia seguinte (convenhamos que essa mania brasileira é, realmente, muito estranha!).

Se a propaganda da Caixa Econômica Federal fosse feita em Portugal seria "Vem para a boceta (caixa) você também. Vem!". Essa palavra se usa com freqüência nos meios de comunicação e o palavrão6 correspondente é crica ou cona.

Na farmácia, é comum se perguntar se vais "tomar a pica no cu," significa aplicar uma "injeção na nádega." Só se configura o palavrão se se disser "no olho do..."

Na padaria disse não gostar de "entrar no rabo da bicha para pegar o cacete7" (entrar no fim da fila para pegar o pãozinho).

Ajustar o breque é o mesmo que soltar um pum. Breque, para os cariocas, freio para os paulistas, em Portugal é travão.”

 

 

As observações que seguem são minhas:

1.      (SIDA): no castelhano é igual, é apenas a maneira “correta” de dizer síndrome da imunodeficiência adquirida, uma vez que AIDS são as iniciais da doença em inglês.

2.      (durex): na verdade, Durex é uma marca de fita adesiva e não a fita em si, apenas se convencionou isso pelo costume e se não me engano, em inglês, durex também significa camisinha.

3.      (história): adorei essa “tradução”, afinal a menstruação (e principalmente a falta/atraso dela) dá margem a muitas histórias.

 4.      (saco): gostei dessa, em português “brasileiro” um significado, no português “português” outro, e no castelhano outro (casaco/blusa de frio).

 5.      (piso): no castelhano também significa andar. Fiquei pensando o seguinte: e se um andar tem dois níveis? Ah, é mezanino (o meza vem de onde?)

 6.      palavrão??? Aqui indignei!!! Desde quando a genitália feminina é ofensiva??? Só para aumentar as diferenças, em castelhano esse “palavrão” é concha.

7.      (cacete): não tenho certeza, mas acho que em Porto Alegre o pãozinho se diz cacetinho.


O resumo da ópera: nem sempre o diferente é tão "estranho" assim...


Valentina