Eu sou a chuva que cobre a charneca solitária quando o vento desnuda as árvores frágeis e provoca a desordem que vive nos teus pensamentos ou na turbulência que corre como um réptil sobre a tua alma perdida nesta doce loucura.
Eu sou o mistério que penetra na tua carne o desejo preso hoje em ti no silêncio que fala com a terra num choro que agoniza sem parar.
Eu sou a ilha que hospeda os falsos começos e o amor desamparado no asfalto daquela clareira triste do poder e, usa uma arma que aniquila o passado.
Eu sou a tela que esconde as palavras e emite a luz que te atinge no coração da emoção suave e quente quando o desespero que bate as expectativas nuas do coração numa tentação que rasga a febre que alimenta a paixão.
Eu sou a ausência da impertinência o crepúsculo da razão do excesso carnal no exílio do espírito.
Eu sou o murchar no irreal o teu rasgão da vida num fogo que consome as brasas dos teus olhos.
Eu sou esta pobre caneta que escreve para ti… demasiado tarde.