A explosão de nada menos do que um milhão de sóis. As estrelas, ornamento, impávidas no firmamento dos lençóis que as nossas peles ignoram enquanto os corpos choram de prazer, as lágrimas são gotas de suor que se mistura, o teu e o meu, quando nos reunimos no céu que fazemos, amor, sempre que damos o que temos de melhor nos momentos de fusão em que consumamos a união dos destinos que nos cruza os caminhos. Sempre que nos abraçamos esta estranha sensação de familiaridade, esta irreprimível vontade de partir para o outro mundo, eu dentro de ti tão fundo que me recebes para a viagem que nos pode levar literalmente para qualquer lugar que o universo nos possa oferecer nos picos do prazer que procuramos e afinal sempre logramos alcançar. O salto para outro lugar, no espaço, na energia de cada abraço com que apertamos alguém que acreditamos parte do pó das estrelas que nos compõe.
A Terra que ficou para trás, tão pequena, e a Lua que surge de repente num ponto do horizonte que podemos alcançar bastando estender uma mão, a bordo de um foguetão que construímos a dois num instante deste ímpeto amante que nos transfigura, neste amor que insiste e que dura e que resiste à reentrada na atmosfera quando regressamos, emaranhados num só, à cama que molhamos com tudo aquilo que fazemos e aterramos de novo nos lençóis logo a seguir à explosão de nada mais nada menos do que…