Amor é um termo utilizado para nomear grupos de sentimentos, ações e padrões de pensamentos que, embora relacionados, são bastante diversificados.
As principais teorias e pesquisas modernas indicam que existem diversos tipos de amor.
Não compreender que esta única palavra é usada para nomear uma diversidade de estilos de amor dá margem a uma série de problemas.
Por exemplo, ao nos apaixonarmos por uma pessoa que tem um estilo de amor diferente do nosso, podemos concluir, erroneamente, que ela não nos ama, pois não age da mesma forma que nós.
Vamos examinar um exemplo, usando a classificação da teoria proposta por John Alan Lee.
As pessoas que têm diferentes estilos de amor também se apaixonam por motivos diferentes. Por exemplo, quem tem o estilo de amor Eros pode se apaixonar à primeira vista e atribui bastante importância à beleza física, ao passo que quem tem o estilo Estorge só vai se apaixonar gradualmente e atribui mais importância à qualidade do relacionamento do que à aparência do parceiro.
Quando um erótico se apaixona por um estórgico, aquele pode suspeitar, equivocadamente, que está sendo rejeitado por este, já que o erótico se apaixona rapidamente, ao passo que o estórgico necessita de tempo (o estórgico precisa de tempo para conhecer bem a outra pessoa e verificar se compartilha valores, objetivos de vida, gostos etc. com ela, antes de se apaixonar).
Estilos de amor (Teoria de John Alan Lee)
O antropólogo canadense Jonh Alan Lee se especializou em analisar a capacidade de amar do ser humano, e assim, em sua obra “Love Styles” (1988), analisa o amor do ponto de vista da psicologia e apresenta sua teoria afirmando que as pessoas sentem diferentes tipos de amor.
É importante saber que a palavra amor é um único termo, tanto na Bíblia como no mundo secular, usado para denominar diversos estilos e níveis de sentimentos e ações.
De acordo com Lee, assim também existem três estilos primários de amor: Eros, Ludos e Estorge. Todos os tipos de amor, de alguma forma, têm sua origem na combinação desses três tipos básicos de amar.
Segundo o Dr. Ailton Amélio, as características desses três estilos básicos e de mais três estilos secundários – Mania (combinação de Eros e Ludos), Pragma (combinação de Ludos e Estorge) e Ágape (combinação de Eros e Estorge), são as seguintes:
Estilos básicos de amor:
1) Eros – Pode surgir à primeira vista. Sente atração imediata, principalmente por causa da aparência da outra pessoa, e é motivado por interesse sexual. “Não teme se entregar ao amor, mas também não está ansioso para amar”.
2) Estorge – O amor se desenvolve gradativamente no decorrer de uma relação de amizade. Nesse período leva-se em conta interesses e semelhanças em comum. “O contato sexual é menos enfatizado e começa relativamente mais tarde”.
3) Ludos – É o tipo de amor em que a relação com o outro é casual e passageiro. É muito bom enquanto dura. É o principal motivo da onda do “ficar”. A pessoa que é movida por esse tipo de amor é capaz de flertar com diferentes pessoas no mesmo período de tempo. O que importa é o prazer da sedução e da conquista. E assim, o que importa é o momento em que você está com a pessoa que quer, depois parte-se para outra. “As promessas são válidas apenas no momento em que são apresentadas, e não no futuro. Afirmação típica de quem tem esse tipo de amor: ‘Eu gosto de jogar o jogo do amor com diferentes parceiros simultaneamente’”.
Estilos secundários de amor:
1) Mania (composto de Eros e Ludos) – As principais características desse tipo são: insegurança, possessividade e ciúme. A emoção gerada é quase obsessiva a ponto da pessoa querer ficar o tempo todo com o outro e está sempre exigindo uma prova de amor. Está sempre tentando atrair a atenção do outro em busca de afirmação.
2) Pragma (composto de Ludos e Estorge) – As principais características desse tipo são: planejamento e avaliação. Antes de começar o relacionamento, leva-se em conta na escolha, aspectos como, compatibilidade e satisfação mútua das necessidades, de maneira que “as pessoas desse estilo examinam os pretendentes para ver se atendem a uma série de expectativas antes de se envolver com eles.”
3) Ágape (composto de Estorge e Eros) – As principais características desse tipo são: ausência de egoísmo, cuidado e preocupação em primeira instância com o outro. O impulso natural de quem sente esse tipo de amor, consiste no seguinte lema: primeiro ele(a), depois eu. O autor declara que a afirmação típica de quem tem esse estilo de amor é: “Eu prefiro sofrer a fazer o meu amor sofrer”.
Medite: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba…” – I Coríntios 13:4-8.
Estilos de Amor
Susan Hendrick e Clyde Hendrick desenvolveram uma Escala de Atitudes Amorosas baseados na teoria de Alan John Lee, teoria chamada Estilos de amor. Lee identificou seis tipos básicos em sua teoria. Nestes tipos as pessoas usam em suas relações interpessoais:
Eros - um amor apaixonado fundamentado e baseado na aparência física
Psiquê - um amor "espiritual", baseado na mente e nos sentimentos eternos
Ludus - o amor que é jogado como um jogo; amor brincalhão
Estorge - um amor afetuoso que se desenvolve lentamente, com base em similaridade
Pragma - amor pragmático, que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, do agora
Mania - amor altamente emocional, instável; o estereótipo de amor romântico ou apaixonado.
Ágape – amor altruísta; espiritual
De acordo com a pesquisa de Hendrick e Hendrick, os homens tendem a ser mais lúdicos e maníacos, enquanto as mulheres tendem a ser estórgicas e pragmáticas. Relacionamentos baseados em amor de estilos semelhantes tendem a durar mais tempo. Em 2007, pesquisadores da Universidade de Pavia liderados pelo Dr. Enzo Emanuele forneceram provas da existência de uma base genética para variações individuais em verificada na Teoria dos Estilos amorosos de Lee.
O Eros relaciona-se com a dopamina no sistema nervoso e a Mania à serotonina.
As sete formas de amor (Teoria de Sternberg)
As sete formas de amor são a combinação de três pilares: Intimidade, Paixão, Compromisso.
Durante o amadurecimento de um relacionamento esses três pilares aparecem em maior ou menor grau.
Essas formas de amor estão baseadas na teoria criada pelo psicólogo Robert Sternberg conhecida por Teoria Triangular do Amor.
De acordo com o autor, um relacionamento baseado em um único elemento tem menos chances de sobreviver do que um baseado em dois ou mais.
De acordo com a presença ou ausência de cada um dos elementos temos as combinações de sentimentos:
Amizade: caracteriza as amizades verdadeiras e profundas na qual uma pessoa sente-se muito bem, próxima e intensa a outra, mas sem paixão intensa ou comprometimento a longo prazo.
Paixão: é conhecido como o “amor à primeira vista”, algo intenso, mágico, que parece único. O grande problema é que sem os componentes de intimidade e de compromisso do amor, a paixão pode desaparecer de repente, tão rápido quando apareceu.
Amor Vazio: pode ser encontrado em casamentos arranjados, por exemplo, nos quais os relacionamentos começam normalmente com o amor vazio, ou seja, não há paixão, nem intimidade. Apenas compromisso. Mas também podem ocorrer casos em que um amor muito forte se deteriora, mantendo o compromisso, mas perdendo a intimidade e a paixão.
Amor Romântico: nesse caso, os amantes estão ligados emocionalmente como na amizade, possuem intimidade, e fisicamente com uma paixão explosiva.
Amor Companheiro: é o sentimento puro que existe em relações familiares, em amizades profundas ou nos relacionamentos longos sem interesse sexual. Mas esse tipo de amor pode aparecer também em uniões onde a paixão acabou, não há mais desejo sexual, apenas um compartilhamento da vida.
Amor Instintivo: é o amor carnal. Existe um compromisso motivado pela paixão, mas sem intimidade.
Amor Verdadeiro: essa é a base do relacionamento ideal, que muitas pessoas buscam, mas poucas são capazes de encontrar. O autor da teoria adverte que no amor verdadeiro é mais difícil a manutenção do que o encontro propriamente dito. Ele reforça a importância de traduzir os componentes do amor em ação. “Sem expressão, mesmo o maior dos amores pode morrer”. Este amor tem que ser trabalhado, porque pode não durar para sempre. Por exemplo, se acabar a paixão, esse amor se tornará um amor companheiro.
Fontes:
Instituto de Psicologia USP
www.vidaadois.net
Wikipedia