acma1953

lid geworden: 03-01-2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Snooker ou bilhar um jogo... sexual? Trajectória de vida

Jogo cativante e estranho, penso eu. Bolas, buracos, paus de madeira, vulgo tacos, que empurram bolas para os buracos. Nada de sexual, nada disso. Não é nem mais nem menos que, um bilhar o que me inspira. Jogo de trajectórias determinadas por um golpe preciso (nada de sexo, já o escrevi) e, tudo para enfiar num buraco. Para mim, jogo gracioso onde as curvas se desenham sobre um pano verde.

 Um triângulo colocado, a escolha à sorte que determina quem começa. A libertação das bolas de forma aleatória sobre o feltro. A primeira bola a entrar no buraco vai ditar qual a sua cor; riscadas ou lisas.

Mesas sem buracos, bolas são três e, homens que manejam os paus como archotes, transmitem curvas e efeitos a uma velocidade específica. Uma verdadeira dança delineada sob o meu olhar, paro então de jogar, hipnotizado pelo bailado que fazem. Imaginem um grupo de bailarinas orientadas como se fossem marionetas.

Fazem-nas dançar para, colidirem. Homens de cabelo grisalho inundam o meu cérebro como uma ópera digna de Verdi, tudo sob um silêncio sepulcral.

À vontade sobre o bilhar americano, sinto-me desarmado pela falta de referências. Após uma explicação das regras, procuro o gesto perfeito e a força adequada para, também eu desenhar curvas. Força, paciência e perfeito controle da respiração fazem parte. Atrevo-me a fazer deslizar a bola, mas fico impávido pois a minha satisfação deve ser comedida e, permitir-me guardar energias para a próxima… paulada.

A experiência, palavra adequada para esta actividade; reclama uma calma absoluta e, mestria para evitar precipitações e um… desastre.

Neste caso, podemos abandonar com um sabor amargo, um sentimento de frustração, pelo fracasso de algo… inacabado. Jogo diabólico? 

Claro que não! Jogo sedutor e, envolvente… sim. É por essa razão que durante anos busquei a perfeição que me dá prazer… sempre. Com o tempo, as palavras deram lugar ao silêncio e, as bolas passaram a… berlindes, ao ritmo de uma maratona de liliputianos.

Não posso errar o buraco, trabalhar os gestos e a posição dos dedos. Naquela época, o meu bilhar era um parque de jogos e o meu pano verde a… areia. Aperfeiçoar o meu estilo, ao bilhar como, na escrita dos textos. Trabalhar nas tuas curvas e, enriquecer a geometria do verbo afim de que o choque das palavras não perturbe em nada o equilibrio das frases.

Encontrar inspiração, o ângulo de ataque mais correcto e conveniente para acertar no… alvo.

A perfeição de uma jogada… sedutora. E, as minhas palavras como bolas.

Uma página minha como o pano verde, a minha caneta como cacete e, as minhas palavras como bolas, constituem a visão escrita do nosso jogo de… amor.

Divertimento entusiasmante, reflexão e profundidade sobre uma figura… elegante. O paralelo está estabelecido e, a escrita tem as mesmas exigências que o bilhar.

Só, comigo mesmo, isolo-me e mergulho o entendimento na tinta da minha inspiração.

Fui sempre exigente comigo e tento ser preciso nos gestos quotidianos. Preciso, já que honestidade e respeito pela opinião de outros, como são a maioria das pessoas que sob os nossos olhos simulam óperas em silêncio.

O guia de uma vida a, minha trajectória rumo ao infinito. Artistas anónimos, pintores, artesãos, só tenho que agradecer-vos a beleza dos vossos gestos.

Outro tanto de pessoas que podem ser tema de um próximo texto… quem sabe? 

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Como referi nada de sexual até porque nesta mesa as bolas é que entram nos buracos n18.gif


https://www.youtube.com/watch?v=ASw32qKppMw

ESTAMINÉ DO ACMA



Café requintado! … Renascido

No jardim o dia afasta-se da velha figueira. Várias nuvens de algodão abraçam-se em poças de água do Outono que chegou. O gato, indeciso, preguiça no terraço.

Perto do lago, do céu pleno de nenúfares aceito um convite para jantar com as estrelas. Alguns doces e, não é tão tarde para me embriagar de sonhos e desfraldar as velas.

Na busca dos minutos reduzindo a eternidade corro muito depressa no corredor da noite que capitula, os ponteiros do relógio que não param de girar como um pião, são testemunhas silenciosas.

Assoma-me um desejo de escalonar na tua boca aberta o acorde das minhas palavras, dos meus sentidos entorpecidos pelos tons quentes da tua pele e, extasiado pelos reflexos de um Sol que adormece.

Suspiros semeados pelo agrado das tuas carícias aninham-se no aconchego do meu ombro e, à margem da minha alma a ternura faz-se convidada em forma de elixir com aromas doces que eu aprecio.

É tempo de colheita, de estimular um amor em que a malicia cria desejos de esperanças efémeras.

A ampulheta mudou de lado.

As peles arrepiam intimidadas por velhas memórias de fantasmas do passado, encolerizados.

Sussurros da madrugada, embriagados pela geada nocturna causam calafrios mesmo durante o verão. Uma pitada de açúcar na chávena e, o livro da nossa vida a virar as páginas danificadas.

Será que voltas esta noite para debaixo das mantas e almofadas?

Os nossos corações vão-se vestir de serenidade a pensar que o amanhã vai ser ainda melhor?

És a minha energia, a minha essência,  fonte do meu renascimento, na tua cama onde roça a indecência, aquecemos, fazemos o pleno dos sentidos, saio afogado sob as tuas fragrâncias, que do teu corpo são a quinta essência.

Caio em mim no regresso efémero à realidade onde recordo o quanto…te amo.

A verdadeira felicidade será gravada pelo nosso… renascimento

 

https://www.youtube.com/watch?v=PVLYPcL183Q

ESTAMINÉ DO ACMA



O amor ainda existe

Fomos mais que desconhecidos, fomos fantasias bem protegidas  e, aqui estamos mais que amigos. Quero pelo menos crer nesta outra fantasia.

Vieste até mim como uma sombra na noite, brilhas como uma estrela à meia-noite para  além dos meus sonhos, és o fruto das minhas meditações sobre os outros.

Não é uma ironia da vida? Ou serei o esboço do paraíso?

E eu que apenas procurava a tua protecção, não esse carinho incontrolável.

Como confessar que te amo? Que sem ti, não serei o mesmo?

A vida contigo será deliciosamente carnal e, o meu amor por ti será febre perpétua.

Nos teus olhos, vejo um sentimento recíproco que tentas simplesmente negar;  não vês que és mais que um ornamento nas minhas noites?

Que apenas quero viver os meus devaneios… relaxantes?

Ama-me, como se ama uma rosa que… desabrocha.

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https://www.youtube.com/watch?v=43ynzKMazjc


ESTAMINÉ DO ACMA






Papoilas da memória… não morrem

O horizonte tinge-se de púrpura, a noite sai do covil e criva as bandarilhas no sol moribundo, proclamando o final de mais uma jornada que vai fechar as pálpebras e, adormecer nos lençóis do vento além, onde a neve durante horas tece o seu véu cristalino aos passos do tempo registados sobre o cascalho sem idade.

Na clareira que se abre no céu, um enxame inflamado de Perseidas, estrelas cadentes de belas formas, embaladas por um luar prateado mascarado pelo vapor que emprestam aos planetas os seus vestidos de babados, num convite a sair para dançar esta noite entre nuvens flutuantes.

Num plano raso, ao nível das dunas, uma miragem de expectativas faz crescer estacas de faiscas douradas. A contagem regressiva embala na impaciência… depressa, façam um pedido antes de se unirem no escuro dos becos do céu onde, uma coruja propaga o som de rumores para preencher o silêncio do tempo.

Se a eternidade é aborrecida, o efémero torna-se a casa que abriga frágeis umbelíferas de sonhos de outrora.

No advento das luzes da noite, vai ser necessário partir para ancorar a aurora dos nossos destinos a outros olhares.

Neste caminho de estrelas, um pirilampo vem dizer-nos que as papoilas não morrem na nossa memória.


https://www.youtube.com/watch?v=epapotFkWCM



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                                                  ESTAMINÉ DO ACMA


A minha vida, que foi que fiz !

Que fiz eu? Eu que amo a água, o mar, a luz do sol, as manhãs de verão, a noite amena nas colinas e um acervo de pequenos detalhes, para alguns sem o menor interesse, como esta oliveira muito redonda que me faz lembrar uma qualquer aldeia da Beira Alta onde nasceu o meu pai, ou aquela escada azul e branca ladeada por duas fontes num outro lugar que esqueci o nome.

Não lamento ter vindo aqui nem ter que sair em direcção a um desconhecido que nenhuma pessoa jamais conheceu.

Tive uma vida bela, ainda não tão longa para o meu gosto, mas com alguns momentos de sorte. 

Obrigado.

Cometi erros e erros, perdoem-me por eles. Nem sempre fui justo com os que me rodeiam, desculpem-me.

Pensem em mim de vez em quando, cumprimentem o mundo por mim, quando eu me for daqui a… 300 anos.

A vida é uma máquina engraçada, umas vezes faz-nos derramar lágrimas de sangue, outras faz-nos enlouquecer de felicidade. Volto de novo a esse tempo que perdi e ganhei e, digo a mim mesmo que talvez me tenha equivocado, acho que posso estar errado, mas o tempo; esse deu-me como que por acaso, muita alegria e boa vontade e o que de melhor tem a eternidade...a vida de um homem entre outros.


https://www.youtube.com/watch?v=59ATDzOukfY


                                                ESTAMINÉ DO ACMA