Solitária Lua

 
registro: 10/12/2013
Os passos que não tens coragem de dar, também deixam marcas!
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Tropece, balance, mas não caia. 

Desmonte as coisas que não foram moldadas para você. 

Desfaça os nós por entre as linhas invisíveis do tempo. 

Se acomode na poltrona do infinito, viaje em quanto há tempo. 

Encontre-se consigo no cubículo da alma, se esparrame por dentro, 

aumente o volume dos bons pensamentos, 

usufrua do que te faz melhor, mais íntegro, inteiro, 

sem esbarrar na covardia de viver pelos cantos, ao meio, incrédulo.

É fácil reclamar da vida, dos meios e dos fins. 

Difícil é alimentar-se todos os dias de alguma luz,

 contrabandear algum sorriso 

e vender bons fluídos sem ao menos saber como.

 A gente coloca a cara a tapa, 

inventa cores e sabores pra vida.

 Portanto, embole a tristeza no adeus, 

enfie o que dói num saco preto e enterre.

 Esqueça. 

Deixe que a terra engula o que ela mesma produziu. 

O que vem de baixo a gente esmaga.

Prefere ser fraco, coitado, ou algo do tipo?

 É bem fácil.

É só deixar que teus passos prossigam numa dança lenta,

 beba teu próprio veneno antes que alguém o faça por você, 

se embebede de algum sonífero, 

se estrague, se estraçalhe. 

É fácil, simples. 

Você quer? 

Prefere o atalho fácil?

E onde você gostaria de estar?

 Confesse.

 No céu?

 No inferno?

 Claro que você não estaria migrando para o paraíso 

seguindo rotas de autodestruição. 

De jeito nenhum.

 Você quer ser engolido por ondas negativas? 

Não. Aposto que não.

Então siga por onde teus olhos piscam, 

caminhe sempre à frente da dor, 

não consuma pesadelos diários, sonhe. 

Proteja-se com escudos de luz, 

projete calor humano por todos os cantos, 

abrace, deixe que tudo se encaixe. 

Aposte em você. 

Jogue as cartas da felicidade todos os dias. 

Encare. 

Não prolongue amargura no coração, 

tempere a angústia com ternura,
 
saboreie a vida na bandeja,

 não engula incertezas e vomite quando a dor latejar.

Banque o vitorioso,

 em ter ganho qualquer medalha.

 Levante o troféu da força,

mesmo que as maõs carreguem toneladas de 

ressentimentos do passado.

 Invoque a vontade de acreditar de novo e mais uma vez. 

Encare o que for preciso. 

Mostre a bravura de quem tem planos, 

de quem tem fé e uma baita garra. 

Lute com os empecilhos e faça valer a 

delicadeza que tua alma carrega. 

Não entregue os pontos,

 nem a esperança, 

nem as rédeas da vida por bobagens. 

A força que vem de dentro é onda em alto mar, 

maré que não revida,

 não afoga.

 Só te faz aprender a nadar.

Ju Fuzetto