acma1953

registro: 03/01/2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Pedaços da minha vida...fiz sempre à minha maneira

Cada dia que passa na nossa vida, sentimos o aproximar inexorável do que será um dia o fim, e por isso temos de ser realistas e encarar o desafio final, relembrando memórias, expondo a nossa vida, apesar de como tenho dito esperar viver até aos 400 anos, mas chega um momento que devemos fazer o balanço.

A quem melhor que vocês, meus amigo(a)s com quem tenho convivido e privado estes últimos anos, para o fazer?

Tenho vivido uma vida recheada e completa, faltam-me cumprir ainda muitos objectivos. Viajei por muitas estradas deste Mundo, encontrei milhentas pessoas, cada uma como o seu jeito peculiar e diferente, todas diferentes, mas no fundo iguais entre iguais.

Essas viagens trouxeram-me ensinamentos múltiplos de culturas e gentes, com toda(o)s aprendi e a toda(o)s levei os meus parcos conhecimentos, e nessas viagens tenho a certeza que aprendi muito, mas tenho certeza que também ensinei o quanto sabia e podia, e digo com toda a segurança que o fiz sempre da melhor forma possível, fi-lo à minha maneira.

Arrependimentos? Tive alguns, mas foram tão poucos que nem merecem ser mencionados. Penso ter agido sempre correctamente, à minha maneira, mas sempre de forma consciente, sem excepções. Errei? Sim, e muito. Que fiz para melhorar? Tudo. Consegui? Nem sempre, mas até aos 400 anos ainda muito tenho a melhorar.

Planeei cada um dos caminhos que percorri num mapa, cada viagem, cada passo que dei, mas nem sempre as coisas correram como projectado, mas sempre o fiz por ser o que achava mais correcto. Fiz sempre à minha maneira. Sim, em determinados momentos tive a certeza que quem me acompanhava, sabia que eu estava a querer fazer mais do que podia, em especial nos momentos em que as dúvidas surgiam, e dizia-mo. No entanto, eu ouvia, mas continuava a fazer como eu entendia ser correcto, enfrentava tudo e todos e com o pé firme e bem consistente, mas teimoso fazia e continuava a fazer da minha maneira. A correcta, para mim.

 Por via disso muitas desilusões surgiram, engoli muitos elefantes e sapos, e depois cuspia por ter sido tão teimoso e não ter dado ouvidos a quem me queria bem.

Eu já amei, ri e chorei muito, cometi muitos erros, fui cúmplice de algumas derrotas e de outras que provoquei, mas agora, passados estes anos e à medida que o tempo vai passando e conforme vou relembrando e desfiando memórias, que me fazem aflorar lágrimas aos olhos e escorrer pelas faces, eu acho que me diverti e vivi. Hoje, acho que tudo o que passei foi muito edificante e construtivo, por isso foi divertido.

Por vezes dou comigo a pensar, para que serve a um homem tudo o que ele pode possuir? Se não formos nós mesmos, então não temos nada. Para quê dizer coisas, que apesar de sentirmos serem verdades; podermos com palavras ferir e magoar e com isso colocar alguém de joelhos? Os registos na minha vida mostram que recebi muita pancada, muita desilusão, mas tenho a certeza, fiz como queria. Sempre.

Por estas razões estou preparado para o desafio final, encaro-o como uma contingência normal da vida, com tranquilidade e com a certeza de ter cumprido parte da missão que a vida ou Deus me destinaram. Muito falta fazer, e até poder tudo farei para atingir os objectivos que não atingi, os tais que projectados não terminei, por esta ou aquela razão.                                 

Há lugares que frequentei dos quais me lembrarei por toda a minha vida, embora alguns tenham mudado, alguns de forma drástica para sempre, e não para melhor, outros ainda já nem existem, outros permanecem. Todos esses lugares tiveram seus momentos, com amores e amigos, dos quais ainda me consigo lembrar. Alguns já se foram, outros ainda vivem, mas durante a minha vida, amei-os todos.

Mas de todos esses amigos e amores, não houve nenhum nem ninguém que se compare a ti, e todas estas memórias perdem o sentido quando eu penso em amor como uma coisa nova. Embora eu saiba que nunca perderei o afecto por pessoas e coisas que vieram antes, sei que com frequência vou parar e pensar nelas.

E agora, à medida que o fim se aproxima, estou quase nos 400 anos, posso dizer, que  em toda a minha vida, quem eu amei mais foste tu.

NOTA: Para este texto tomei como tema a musica MY Way, de Frank Sinatra

https://www.youtube.com/watch?v=76zUF87NPkQ


https://www.youtube.com/watch?v=Xqu9qhBHWNs