Para este ano, ficam os
aprendizados conquistados.
Sentimos na pele a importância de mudar e ser flexível, se adaptar aos cenários, ser resiliente e termos enfrentado com bravura e galhardia o cenário mais adverso da vida de todos nós. Ficou claro que precisamos praticar a adversidade, o confronto de ideias e opiniões, o direito de discordar para, assim, pelo choque dessas ideias, cada um conseguir trilhar um caminho transformador com muita humildade e respeito ao próximo e a certeza de que a única maneira de melhorar o coletivo é com o somatório dos esforços individuais. Talvez a maior lição do ano passado seja a valorização de cada pequeno momento de convivência – seja um simples passeio, seja uma visita a um amigo, a um familiar. Pequenos momentos que serão mais valorizados, eternizados. Que cada um possa realmente dar o devido valor às pequenas coisas para que possamos fazer um grande ano.
Para o ano de 2021 não está sendo diferente, começamos com planos visando sempre o controle desse maldito vírus, não pela reclusão, mas pela vacina.
Desde o início do primeiro mês/20, já tivemos um prenúncio de que nem tudo poderia ser realizado, devido ao surgimento de um novo vírus, então desconhecido. De fato, fomos obrigados a filtrar nossos sonhos, ambições, desejos e iniciativas, limitando-os aos nossos lares, aos nossos bairros, às nossas cidades ou, quando muito, aos nossos países. A bem da verdade, 2020 foi um ano de escolhas, ponderações, cálculos de prós e contras. Algumas tomadas de decisão foram adiadas; outras, adiantadas. Em muitos aspectos, passamos quase 12 meses com o freio de mão puxado.
E agora? Para onde estamos indo e até onde já chegamos? Todos aqueles que conheço estão sentindo falta de pelo menos uma diversão – desde um passeio no parque até um concerto em uma casa de shows.
A escolha do que fazer (e como fazer) é do consumidor. Mas foi justamente disso que abrimos mão: nossas escolhas. É verdade que aprendemos muito nesse período – inclusive sobre o valor das coisas simples, como o ato de respirar fundo ao caminhar na rua.
De repente, nossos horizontes ficaram limitados a algumas telas. Nossos diálogos estão restritos a fones de ouvido e microfones, os sorrisos estão pixelados.
Os olhos nos olhos ainda são possíveis, mas apenas quando estamos de máscara.
Queremos nossa vida de volta.
O uso de máscara virou lei.