LOLLA_28

 
registro: 22-05-2013
Não faça do teu sentimento um wi-fi... A senha disponível pode muito te machucar e coração é lugar de um só morar!
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Me afoguei na lembrança de você

Ontem escrevi mais um texto sobre você, mas sem a menor intenção de te mandar. Foi só pra tirar o excesso de saudade, sabe? Deixar tudo no papel. Não ajudou muito.

Lembranças vieram a tona e, quando dei por mim, já estava nadando em saudade e nostalgia. Tentei me salvar, mas você sabe que eu nunca aprendi a nadar muito bem.

Fechei meus olhos e apenas deixei as memórias saltarem sobre mim.

Sei que te incomoda saber que ainda penso em você, mas não pude evitar. Veio como uma porrada na cabeça, não tive chance de me defender nem nada. Quando vi você já tinha acabado com meu sossego de novo. 

Nosso amor tirou férias, foi necessário. Saiu pra passear e descarregar todas as mágoas no fundo de uma areia numa praia qualquer. Mas agora ele voltou a superfície e veio como uma maré alta, quase um tsunami.

Vieram recordações, uma atrás da outra. Foi como engolir água até perder a consciência, mas a diferença era que você me perseguia até no subconsciente.

Lembrei bem de todos os nossos beijos. Menos do último. Eu não fazia ideia de que teríamos um último beijo. Ou um último qualquer coisa. Só pensava em nós dois e o pra sempre.

Lembrei daquele dia no cinema, no primeiro encontro. E nos primeiros sorrisos. Na primeira vez em que nossas mãos se encontraram e nos guiaram a passos ritmados.

Lembrei da primeira briga e da primeira tentativa sua de fazer tudo ficar bem. Foi a única vez em que você tentou.

Lembrei daquele domingo no sofá da sua sala vendo um filme num canal qualquer.

Lembrei do “eu te amo” naquela festa barulhenta, mas que soou como um grito e eu ouvi muito bem. E talvez seja por isso que não consiga esquecer de tudo completamente, porque eu ouvi muito bem. E essa frase ainda me persegue a cada dia.

Simplesmente me conformei, parei de tentar nadar contra. Flutuei e deixei toda essa maré de lembranças me levar pra qualquer lugar. Quem sabe elas me guiem até você.​

Seu sorriso é lindo.


Moça, tudo bem?

Talvez você não me conheça, mas fica tranquila, não sou nenhuma espécie de pessoa maluca que observa desconhecidos. É que não tem como não olhar quando você passa com esse sorriso.

Sabe aquela cafeteria de esquina, perto do parque com flores amarelas? Foi lá que te vi pela primeira vez. Costumo ir sempre às tardes de quarta-feira beber um Moca morno e tentar escrever algumas laudas do meu livro. Não, o livro ainda não existe, e nem sei se um dia irá.

A questão é que lá estava eu digitando – ou tentando – no meu notebook velho e eis que você entra pela porta de vidro que faz barulho de sino quando alguém abre. Casaco marrom, um vestido que parecia azul e aquele sorriso.

Derrubei um pouco do meu café já frio na mesa, não sei porque. Não costumo muito ser desastrado. Mas é que você entrou e parece que junto veio uma tempestade. Você tomou o espaço inteiro como uma tempestade silenciosa, que está ali, mas não causa danos. Limpei a sujeira que fiz com um guardanapo e voltei para meus afazeres.

Na quarta-feira seguinte coloquei uma calça menos velha, uma blusa não tão amassada e fui de encontro ao meu local. Sim, a cafeteria era meu local. Talvez porque a minha casa cheire muito a mofo e eu não goste de ambientes cheios como bibliotecas, escolhi a Cafés & Aromas como meu lugar especial para trabalhar. Trabalhar? Ninguém da minha família jamais me considerou um trabalhador. Para eles, trabalho significa terno e gravata. E eu odeio.

Respirei fundo, abri o notebook e pensei: e agora? O processo criativo é engraçado porque ele não vem quando a gente quer, vem quando estamos distraídos demais para pensar que precisamos urgente escrever alguma coisa similar a um livro para tentar pagar o aluguel atrasado. E nada da inspiração aparecer…

Mas você surgiu. Eu não tinha percebido, mas você estava lá, o tempo todo, no balcão. Sentada, lendo alguma coisa no celular, com um vestido diferente, mas o mesmo casaco. Dessa vez não vi seu sorriso. Pensei, o que houve? Tive vontade de ir até você e perguntar, mas que mundo é esse que eu acho que vivo onde estranhos se preocupam com outros estranhos? Fiquei paralisado.

Você saiu cedo de lá. Ficou meia hora e se foi. Aquela sensação de tempestade quando você passa, ela não aconteceu. Sua presença, naquele momento, me fez lembrar um barco solto no meio de um lago em algum lugar onde só mora um senhor e seu cachorro velho. Você parecia como o barco, ou o lago. Triste.

Depois desse dia não te vi mais. Por quase um mês corri para chegar na Cafés & Aromas pontualmente – como se eu por acaso trabalhasse em algum escritório de advocacia pontual e rígido – vestindo a melhor roupa que podia ter em minha cômoda e segurando meu velho amigo notebook. Engraçado que transformei você em um objetivo. Não você, mas a necessidade de te esperar, de te ver entrando por aquela porta que faz barulho, tomando todo o ambiente, trazendo aquele sorriso. E por me distrair com você, finalmente a criatividade bateu na minha janela e entrou. E durante aquele período eu escrevi meu livro.

Eu gostaria muito que um dia eu pudesse ter o prazer de te encontrar de novo e dessa vez ir conversar com você. Costumo pensar que, após aquele dia, você saiu da cafeteria e encontrou uma amiga na rua, que te convidou para uma festa no sábado. Fico imaginando você usando o mesmo casaco, um vestido amarelo e seu melhor sorriso. Chegando na festa e trazendo luz. E nessa festa, encontrando o amor da sua vida. Porque aquele seu olhar de barco perdido no lago, eu conheço bem. É o único olhar possível dos amantes inveterados de coração partido.

Se um dia eu puder mesmo te conhecer, vou dizer oi moça, tudo bom? Obrigado por ter me dado a oportunidade de estar em sua presença na Cafés & Aromas. Você pode não saber – e acho que não tem como mesmo – mas esse livro só existe porque você existiu em algum dos meus dias de tédio e falta de confiança. Você me fez criar um universo de possibilidades sobre sua vida e isso me trouxe de volta a minha. Toma, esse livro é sobre você. E me promete uma coisa, por favor: nunca deixe de sorrir. Seu sorriso é lindo.

Quel Póvoas


apenas mais uma de amor

[Encontramos-nos de novo] Depois de tanto tempo, você surgiu na minha frente com um rosto bem mais leve do que quando partiu. Meu coração gelou e a minha boca ficou seca ao te avistar vindo em minha direção.

Eu confesso que sentia uma saudade danada daquele abraço que durante anos foi a minha melhor morada. Iniciamos um tímido papo e notei risadas em algumas partes da conversa. Lembrei que no final do nosso namoro já não conseguíamos fazer isso juntos e sozinhos.

Meu coração gelado apertou. Deveríamos ter tentando mais um pouco? Talvez tenha nos faltado paciência. Talvez tenha nos faltado um pouco – só um pouco mais – de cuidado. ‘Talvez’ virou as minhas certezas de cabeça para baixo naquele instante.

Crescemos juntos. Fizemos boas coisas juntos. Éramos os namorados com futuro planejado e dedicados a enfrentar tempestades pelo outro. Mas, acabou. Acabou e a gente nunca soube ao certo explicar o que pesou pra ter acabado. E as pessoas até hoje não acreditam que acabamos algo que, para elas, sempre foi tão lindo e especial. E ainda é.

Nossa amizade, respeito e carinho continuam intactos. Por isso meu coração ficou pequeninho naquela tarde em que nos reencontramos depois de tanto tempo. Sem cicatriz, sem mágoa e sem tristeza. Por isso deixei-me ser beijada anulando as minhas regras para lidar com um ex-namorado.

Fomos pra cama. Nos deliciamos e matamos por várias vezes, durante poucas horas, a saudade. Falamos até das nossas aventuras amorosas depois do nosso término. Contamos como foi difícil, doloroso e frio se readaptar a sermos um só. Engraçado como até no rompimento você me ajudou a crescer como pessoa.

Depois de uma tarde maravilhosa, nos despedimos de novo, culpando o acaso pelo reencontro, por vezes desejado. Ao olhar para tudo que passamos, percebo que o nosso amor é tão estranho e louco, mas ainda assim tão amor, que terminar foi uma forma da gente proteger o sentimento de nós mesmos.

Por isso, ainda bem que a gente não se pediu pra voltar. Deixemos as coisas como estão e ao acaso das surpresas dos encontros. E dos reencontros, também.


Para ter sorte no amor é preciso não se preocupar com a opinião dos outros

Você já parou para pensar que talvez o amor só não te encontra porque você procura por uma relação improvável demais de acontecer?

Por isso é preciso enxergar além desse amor romântico que falam por aí. Afinal, nem sempre a sua história vai ser como nos filmes ou nos romances que você leu. Às vezes, você só precisa de alguém para rir das suas piadas, para viajar com você para aqueles lugares que ninguém nunca animou, ou para te fazer companhia na cozinha enquanto ouvem aquele álbum da sua banda preferida…

Não se importe tanto com as declarações em redes sociais, com buquês de rosas, e com a obrigação de só namorar aquela pessoa bonita que os seus amigos vivem te enchendo a cabeça para você se relacionar. Bonito mesmo é ser feliz.E tudo bem se a outra pessoa for meio estranha, pois é só com ela que você passa horas e horas conversando sobre qualquer assunto, não é mesmo?

Sabe aquele cara que as suas amigas não gostam? Diga à elas que ele faria por você o que nenhuma outra pessoa teve a coragem de fazer. Sabe aquela menina que os seus amigos julgam por viver na balada e não querer nada sério? Diga aos seus amigos que você sonha com uma pessoa assim, que de tão livre, só se prenderia a um amor verdadeiro.

Bobeira é se esquecer de você para insistir em procurar por alguém que convencerá apenas as pessoas ao seu redor.Amar também é descobrir que a gente merece ser feliz, independente do sorriso de quem nos rodeia.

No fim das contas, quem quer o nosso bem sempre vai ficar feliz ao nos ver sorrindo também.


apenas mais uma de amor

Eu te amei sim.
Não consigo negar e dizer que não ao quatro ventos por aí.
Amei tanto, que meus pulmões doíam ao olhar pra você, pois você tirava todo o meu ar.
Nem a ciência seria capaz de explicar.

Cê não tinha aquela beleza comum que todo mundo olhava, que as amigas babavam.
Elas nem entendiam, na verdade.
Mas era o seu sorriso, o seu olhar cheio de ternura ao olhar pra mim….

Aaaah, isso era tudo tão grande, que eu sabia que tinha sorte de ter você,
Mas, ao mesmo tempo, morria de medo de te perder.

Cê lembra quando disse que não ia a lugar algum?
Que as coisas não iam mudar?
Cê lembra, amor?
Lembra quando dançamos pelo quarto, porque você tinha vergonha de dançar em festas?
Eu achava isso até fofo.
De alguma forma, você sentia essa necessidade de me fazer feliz e me satisfazer nos pequenos detalhes.

Mas o que aconteceu, meu bem?
O que aconteceu com aquela boca que suspirava por mim?
O que aconteceu que você começou a me chamar pelo meu nome e esqueceu que eu era seu amor?
Quem te roubou de mim?

Foram os anos que passaram e você simplesmente se enjoou de tudo?
Ou será que você se deu conta que nunca me amou?
Será que foi só ilusão ao olhar nos meus olhos claros e o desejo pelo meu corpo?

Será que eu imaginei tudo?
Será que não era tão bonito como eu acreditei ser?
Será que eu pintei todo aquele quadro quando estava cega e inundada de você?

Talvez eu nunca vá saber se foi amor por aí, mas por aqui você fez meu coração tremer,
Acalentou a minha alma,
Acendeu um fogo que começava me aquecendo, e depois me queimava.

Eu te amei.
Amei com tudo de mim,
Mas agora sei que você não pode dizer o mesmo,
Porque você só roubou de mim.