Segundo a tradição cristã, os Reis Magos foram homens que, guiados por uma estrela, saíram do Oriente e viajaram até Belém para visitar e adorar Jesus, tendo alcançado o seu intento no dia 6 de janeiro, portanto, 12 dias após o nascimento de Jesus.
Eram os Magos três reis?
No Evangelho Segundo São Mateus, o primeiro do Novo Testamento - único texto não da Bíblia que fala nos Magos que vieram do Oriente para adorar Jesus.
Em momento algum, o evangelista diz que os visitantes eram reis, nem mesmo que eram três, chama-os, apenas, de "magos", termo que, naqueles tempos, referia-se à classe dos sábios ou eruditos. Talvez fossem astrólogos ou astrônomos, já que chegaram à Judeia guiados por uma estrela.
Ainda assim, a tradição cristã os consagrou como os Três Reis Magos, reconhecendo-os como Baltasar, rei da Arábia, de cor negra, Melchior, rei da Pérsia, de cor clara, e Gaspar, rei da Índia, de cor amarela, representavam os povos de todas as nações conhecidas da época, simbolizando a homenagem de todos os povos da Terra ao Rei dos Reis.
Os presentes
Os Magos traziam consigo presentes para Jesus que tinham significados especiais:
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O ouro, que representava nobreza e era presente oferecido apenas a reis;
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O incenso, , um perfume que se queima, é usado durante as celebrações rituais e venerações religiosas, representando a fé e a divindade. Era um presente oferecido apenas a sacerdotes;
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A mirra, usada para embalsamar corpos, simbolizando a imortalidade e que era presente oferecido aos profetas.
Provavelmente, justamente por serem três os presentes, concluiu-se que eram três os magos que presentearam.
Culto aos Reis Magos
O culto aos Reis Magos começou na Idade Média. No século 6, suas
relíquias foram transladadas de Constantinopla (Istambul) para
Milão. Em 1164, com os três já venerados como santos, elas foram
colocadas na catedral de Colônia, na Alemanha, onde permanecem
até hoje.
No século 19, os Reis Magos se tornaram distribuidores de presentes às crianças e, em muitos países, como Espanha, Portugal, Itália, México, Argentina, por exemplo, a troca de presentes não acontece no dia de Natal mas, sim, no dia 06 de janeiro, e não é o Papai Noel que traz os presentes, e sim, os Reis Magos. Muitas vezes, tal como acontece com o Papai Noel, os pais se fantasiam de Reis Magos para distribuir os presentes. Na Espanha, no dia 6 de janeiro há desfiles com reis magos em todo o país. De suas carruagens, eles jogam balas e doces para as crianças.
Befana
A Befana é uma personagem do folclore italiano, semelhante a Nicolau de Mira ou Papai Noel. A personagem pode ter-se originado em Roma, e depois estender-se como tradição por toda a Itália peninsular.
Uma crença popular é que seu nome provém da celebração da Epifania, todavia, evidências sugerem que a Befana deriva da deusa sabina/romana denominada Strina. No livro "Vestiges of Ancient Manners and Customs, Discoverable in Modern Italy and Sicily", do reverendo John J. Rom (John Murray, 1823), o autor diz:
Esta Befana parece ser herdeira de uma deusa pagã denominada Strenia, que patrocinava os presentes de ano novo, "Strenae", da qual, de fato, provém o seu nome. (D. Augustin., De Civit. Dei, lib. iv. c. 16.) Os seus presentes eram do mesmo tipo dos da Beffana - figos, tâmaras e mel. (Ov. Fast. i. 185.) Além disso, as suas celebrações recebiam forte oposição dos primeiros cristãos, pelo seu caráter barulhento, agitado e licencioso (vide Rosini, ed. Dempster. lib. i. c.13, De Dea Strenia, pàgina 120).—John J. Rom, "Vestiges of Ancient Manners and Customs, Discoverable in Modern Italy and Sicily"
Segundo o folclore popular, a Befana visita todas as crianças da Itália na noite de 5 para 6 de janeiro, para encher de caramelos suas meias (se comportaram-se bem), ou com pedaços de carvão (se foram mal-comportadas).1 Sendo uma boa dona de casa, diz-se que varrerá o piso antes de sair. A tradição recomenda que as crianças da casa deixem uma garrafinha de vinho e uma porção de um prato típico ou local para a Befana.
A Befana é representada como uma velhinha de xale negro, coberta de fuligem porque entra nas casas pela chaminé. Ela voa montada numa vassoura, sempre sorri, e carrega um cesto cheio de doces e presentes (ou carvão).Lenda
Segundo a tradição popular, os Tres Reis Magos iam para Belém levar presentes para o Menino Jesus, e, em dúvida quanto ao caminho a seguir, resolveram pedir informações à uma velha. Ela tampouco sabia o caminho, mas convidou os visitantes a pernoitar em sua casa. Na manhã seguinte, em agradecimento pela acolhida, eles a convidaram a segui-los e visitar o Menino, mas ela lhes disse que estava muito atarefada. Mais tarde, porém, arrependeu-se e seguiu pelo caminho tomado pelos Magos, mas nunca mais conseguiu reencontrá-los.
Desde então, diz a lenda que ela para em todas as casas que encontra pelo caminho, dando doces às crianças na esperança de que um deles seja o Menino JesusPoemas
Há diversos poemas sobre La Befana, os quais são conhecidos em versões ligeiramente diferentes por toda a Itália.
- Primeira versão
La Befana vien di notte
Con le scarpe tutte rotte
Col vestito alla romana
Viva, Viva La Befana!
Uma tradução aproximada seria:
A Befana vem de noiteCalçando sapatos rotos
Vestida à moda romana
Viva, viva, a Befana!
- Uma outra versão, dos moradores da província de Trento (lago de Garda setentrional)
Viene, viene la Befana
Vien dai monti a notte fonda
neve e gelo la circondan..
neve e gelo e tramontana!
Viene, viene la Befana
A tradução:
Vem, vem, a BefanaVem dos montes a noite profunda
Neve e gelo a circunda
Neve e gelo e Tramontana!
Vem, vem, a Befana
Como surgiu a Magia?
Há registros de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações.
Supõe-se que o caçador primitivo, entre outras motivações, desenhava sua
presa na parede da caverna antevendo o sucesso da caça. Adquiriu o
ritual de enterrar os mortos. Nomeou as forças da natureza que
(provisoriamente) desconhecia, dando origem à primeira tentativa de
compreensão da realidade, o que chamamos de mito.
Segundo o Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três Magos os
primeiros a dar as boas vindas ao Messias recém-nascido. No Velho
Testamento, há a disputa mágica entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos
Vedas, no Bhagavata-Gita, no Alcorão, nos diversos textos sagrados
existem relatos similares.
Praticamente todas as religiões preservaram suas atividades mágicas
ritualísticas, que se confundem com a própria prática religiosa - a
celebração da Comunhão pelos católicos, a incorporação de entidades
pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano voltado para Meca
ou ainda o sigilo (símbolo) do Orixá riscado no chão pelo umbandista.
Os antigos acreditavam no poder dos homens e que através de magia eles
poderiam comandar os deuses. Assim, os deuses são, na verdade, os
poderes ocultos e latentes na natureza.
Durante o período da Inquisição, os magos foram perseguidos, julgados e
queimados vivos pela Igreja Católica, pois esta acreditava que a magia
estava relacionada com o diabo e suas manifestações.
A magia, segundo seus adeptos, é muitas vezes descrita como uma ciência
que estuda todos os aspectos latentes do ser humano e das manifestações
da natureza. Trata-se assim de uma forma de encarar a vida sob um
aspecto mais elevado e espiritual. Os magos, através de diversas
atividades místicas e de autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a
elevação de potencialidades do ser-humano.
A magia seria também a ciência de simpatia e similaridade mútua, como a
ciência da comunicação direta com as potências supernaturais, um
conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza, intimamente
relacionada as disciplinas ditas ocultas, como o hermetismo do antigo
Egito, como a Alquimia, a Gnose, a Astrologia. Para Aleister Crowley, "a
arte e a ciência de causar Mudanças com o Desejo".
No final do século XIX ela teve um renascimento, principalmente após a
publicação do livro "A Doutrina Secreta" de Helena Petrovna Blavatsky e
pela atuação da Ordem Hermética do Amanhecer Dourado ("Hermetic Order of
the Golden Dawn"), na Inglaterra, que reviveu a magia ritualística e
cerimonial.
A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, pelo xamã, pelo
sacerdote, etc) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a
meditação e a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do séc XX,
afirmava que tais exercícios tem como objetivo equilibrar os quatro
elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o
praticante pudesse se envolver com energias mais sutis, como a evocação
e a invocação de entidades, espíritos e elementais (seres da Natureza),
dentro de seu círculo mágico de proteção. Outras práticas mágicas
incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas,
a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação
de símbolos e outros com objetivos particulares .
A magia contemporânea encontra raízes no trabalho de iniciados como
Eliphas Levi e Papus. A Teosofia, ou a moderna Teosofia, tem como um de
seus fundadores Helena Petrovna Blavatsky, que foi buscar no oriente a
fonte de seu importante sistema filosófico. Este sistema não se
apresenta exatamente como os sistemas utilizados pelos estudiosos de
magia, mas, antes, pretende transmitir o conhecimento esotérico
universal que estaria contido em toda e qualquer tradição filosófica ou
religiosa. Blavatsky considera, por exemplo, que todos os homens são
magos no sentido último da palavra, pois todos podem utilizar o divino
poder criador, seja através do pensamento, palavra ou ação.
Magia (não confundir com mágica ou truque), antigamente chamada de
"Grande ciência satanica", é uma ciência oculta que estuda os segredos
da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de
teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades
internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o dominio
total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características
ritualísticas e cerimoniais que visam a entrar em contato com os
aspectos ocultos do Universo e da divindade. A etimologia da palavra
Magia, provém da Lingua Persa, magus ou magi, significando tanto imagem
quanto "um homem sábio". Também pode significar algo que exerce
fascínio, como por exemplo quando se fala da "magia do cinema".