lombrah

 
registro: 14-02-2009
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Último jogo

O Desejo

O Desejo na visão Psicanalitica

O sonho é a satisfação de que o desejo se realize.
Sigmund Freud
 
Segundo Freud o desejo se realiza nos objetos e é enigmatico, e se diferencia da necessidade, que pode 
se satisfazer num objeto adequado.
Ele aparece mascarado nos sintomas, sonhos e fantasias, que são
signos de percepção pelos quais uma experiência de prazer ou desprazer tem sido memorizada no
aparelho psíquico sob a forma de traços mnémicos. Quando se procura o objeto na realidade, a
procura é a partir desses traços, objeto que remete a algo perdido desde o início, mas que deixa
uma inscrição. Isto determina a dimensão do impossível para a psicanálise; um impossível lógico
.

E objeto perdido, é diferentemente da concepção naturalista e biológica, o desejo está em uma
necessidade, onde essa tensão é de ordem física, biológica, e encontra sua satisfação através de
uma ação especifica visando a um objeto específico que permite a redução da tensão, enquanto o
desejo não implica uma relação com o objeto real, mas com um fantasma.

Podemos entender assim a definição que Freud dá na Interpretação dos Sonhos: "desejo é o impulso de
recuperar a perda da primeira experiência de satisfação."

Esse objeto por muitas vezes é representativo... O objeto não é uma coisa concreta que se oferece
ao sujeito, ele não é da ordem das coisas, mas da ordem simbólico.

Nesse sentido não é adaptativo, não é simplesmente homeostático e por isso não corresponde só ao
principio do prazer. Seu correlato é uma ruptura desse principio que se chama na psicanálise, pulsão.
Freud a nomeia pulsão de morte, como além do principio do prazer. Isto é diferente da morte biológica.
Desejo e pulsão são as duas vertentes do sujeito que determinam a sua realidade psíquica como diferente
da homeostase orgânica. Produz-se uma fragmentação que, paradoxalmente, sustenta a função da vida.

"A vida é o conjunto de forças onde se significa a morte, que será, para a vida, o seu carril" (Sigmund Freud).

Nesta etapa, a ação negatriz do desejo não desaparece. Será caracterizada pelo reconhecimento. O que o Desejo
procura é negar o Desejo do outro, para ser reconhecido como próprio. Ocorre que o outro também procura isto,
caracterizando assim um embate onde se arrisca a vida para o reconhecimento do Desejo como próprio. Porém,
para o Desejo ser reconhecido, o outro deve estar vivo.


"Amamos o desejo, não o ser desejado."
Friedrich Nietzsche
























"Projetar implica construir, costurar e representar "idéias"; idéias capazes de traduzir o "espírito"
de uma época, a sua "zeitgeist", representadas na maneira de viver, na sensibilidade estética e nos
valores, que devem corresponder sempre à máxima expressão da época. Por isso um projeto deve
avançar para muito além das demandas". Jorge Mario Jáuregui

Trabalho apresentado no I Congresso Internacional de Psicanálise e Interseções-Arquitetura:
"Luz e Metáfora: Um Olhar Sobre o Espaço e Significados", Porto Alegre, 23 de Maio de 2002
"O desejo se desliza por contiguidade numa série interminável na qual cada objeto funciona como 
significante para um significado que, ao ser atingido, transforma-se em um novo significante e
assim sucessivamente, numa procura que nunca terá fim porque o objeto último a ser encontrado
é um objeto perdido para sempre. (Freud e o Inconsciente, p 144)."

"Então, quando afirmamos que o desejo é inconsciente, nota-se que é como se o indivíduo possuísse
dois sujeitos: O sujeito do enunciado e o sujeito da enunciação. O primeiro é o social, o do discurso
manifesto, mas desconhecedor do sujeito da enunciação e, por conseguinte, do conteúdo da mensagem.
O segundo é o inusitado em relação ao sujeito do enunciado. É inconsciente e recalcado.

Sendo assim, o grande legado deixado pela psicanálise é o de tentar trazer à tona o sujeito da enunciação
a partir do sujeito do enunciado. As técnicas e teorias criadas por Freud e elucidadas por Lacan podem
fazer com que se evite a angústia e uma série de patologias nesse indivíduo a partir desse princípio."

Ernesto Rister

 
https://www.youtube.com/watch?v=Kh8Ega5rMP4