acma1953

 
Adăugat: 03.01.2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Um amor que foge, um amor que se aprende

A pele que chama, a chama que ateia, a teia que prende, aprender o amor. A boca que grita, o fogo que queima, o corpo na cama, a pele que chama… Havia momentos em que ela desvairava, fugia. Dos outros e de si mesma, da lucidez que a avisava que a coragem lhe faltava para atinar. De repente desaparecia na noite, sem rasto, deixando para trás os poucos que ainda davam pela sua falta. Havia momentos em que ele desesperava, quase enlouquecia. Desatinava porque ela fugia do amor com que ele tentava, em vão, embrulhá-la como nas asas de um anjo que descobria não ser quando repetia pela enésima vez que aquela seria a última. Ela vagueava, sem tino, pelos inúmeros becos da vida que lhe surgiam no caminho e deixava-se levar por quem conseguisse agarrar a corça que vivia em si de mãos dadas com uma pantera que lhe controlava o olhar. Ele procurava, sem esperança, nos lugares que aquela dança em forma de gente pisava de passagem para um sítio qualquer. Deixava-se arrastar, também ele, para o centro do turbilhão e às vezes perdia a razão quando ajustava as contas, temível, com quantos descobria terem abusado da sua perdição encantadora num momento menos bom. Havia momentos em que ela regressava, dócil como uma menina pequena necessitada de atenção e de amor. Fragilizada pela dor das memórias esborratadas por excessos cometidos em nome de uma outra que habitava em si, que a transformava numa estrela a caminho do buraco negro mais à mão, um cometa ou um alazão, à procura de um abismo como meta de uma corrida que era como enfrentava a vida na sua ânsia de a experimentar. Havia momentos em que ele hesitava, saturado como um pai encurralado entre a força do amor e o sentido do dever que se desmentiam entre si na posição a tomar. Oscilava entre a reacção exasperada, quase violenta, e o instinto imediato do perdão. Abraçava-a como um amigo ou um irmão, enquanto ela chorava as suas mágoas no ombro que lhe lavava as lágrimas quando finalmente paravam de fazer o amor com que expurgavam tudo aquilo que lhes pudesse fazer mal algum. Depois adormeciam colados, como se fossem apenas um.

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=7jLX3R8OqvY

 

https://www.youtube.com/watch?v=UqZPy_5QJRU


Amor a dois tempos no Inverno ou Verão

Se dançássemos na pista como o fazemos na cama, o mundo inteiro parava só para nos ver dançar.

Enfrenta corajosa o frio dos lençóis e aguenta o primeiro arrepio com que podes contar.

Abre os olhos para me veres entrar e abre os braços dessa pele que me reclama, ouve a voz com que ela me chama, sereia, tão perto do ouvido a boca que incendeia tudo aquilo que nos faz nessa altura.Sente o calor que contraria a madrugada que lá fora está gelada mas o Inverno aqui acabou quando o inferno se instalou entre as pernas com que me envolves agora e o teu corpo já desespera pelo contacto total, a nossa pele em aquecimento global e os lábios arrastados pelo corpo já semeiam beijos como acendalhas numa lareira que vejo reflectida no teu olhar. Esse brilho que faz prenunciar a entrega do sol nas minhas mãos, esse corpo feitiço que me envolve num abraço que magia alguma consegue reproduzir.

Tudo aquilo que nos fazemos sentir enquanto te toco aqui e além, enquanto me puxas para ti e me dizes vem por entre o som ofegante da tua respiração e eu possuo o teu coração em simultâneo com o resto desse corpo dedicado em exclusivo ao prazer que te dou. Desse rosto iluminado pelo sorriso que me encantou quando me aceitaste, anfitriã, madrugada quase manhã, onde mais me apeteceu porque me disseste sou toda tua.

A verdade toda nua, estampada no grito que ecoou na madrugada quando ambos zarpámos para uma terra distante onde a luz explode em mil cores e o silêncio se pinta de outros tons que são a loucura dos nossos sons misturados na paleta que coloriu os lençóis que agora ensopamos com o amor que transpiramos a dois. Enfrenta corajosa o calor que agora emana deste forno, desta cama, e aguenta o desafio que te quero lançar.

Abre o peito para me sentires entrar, outra vez, neste leito de um rio que desfez (com a enxurrada pelos nossos corpos libertada) as margens de manobra para quaisquer hesitações e transbordou para os corações e afogou mesmo à beira da foz o medo de enfrentar a tormenta de um mar sem fim, dentro de nós, incontrolável, que é a imagem do futuro de um amor assim, interminável, que requer tanta coragem e um querer muito forte, abraçado ao longo desta viagem à sorte e sem destino traçado, aleatória, predominantemente emocional. E constrói comigo uma história de amor imensa, tão resistente, tão intensa, que a acreditemos (nos sonhos secretos que alimentamos) necessariamente imortal.

Escorrega por mim. Não te deixes ficar assim, encharcada, à mercê do frio de uma madrugada que vivermos a dois num Verão sentido muito depois de o Outono terminar. Na nossa cama, onde podes agora transpirar o amor estival que acontece normal quando sentimos a pele gritar pela outra que lhe falta e nos encostamos até o calor começar a incendiar-te o olhar com que me devoras por antecipação. Segura por instantes a minha mão e faz de mim a tua marioneta, conduz-me sem pressa à porta mais certa para entrar em ti, molhada, já sem frio numa madrugada que vivermos a dois num espaço qualquer.

Nesse corpo de mulher de fogo coberta do suor libertado pelo amor que me deixa perplexo quando nos entregamos ao sexo como dois amantes sem mais folhas no calendário, empenhados no seu melhor.
Quando o meu prazer libertário apela à tua revolução interior.

 

https://www.youtube.com/watch?v=OjEBUgsnCC0


Um amor para acontecer outra vez

Um amor que se guarda, um amor que nunca acaba, numa catedral, estampado num vitral profano, deixado ali ficar por engano ou por distracção dos homens que falam de Deus mas não o conseguem iludir com o seu esforço para banir a felicidade que consideram proibida.

Sinto-me desarmado perante a força desse teu sorriso encantado, como eu fico, presente de fadas ou de deuses para o mundo que felizmente me inclui.

O risco de ser hipnotizado como eu fui, à solta pelas ruas, uma boca feiticeira que ilumina uma cidade inteira quando se abre numa expressão de alegria ou de satisfação, cada um que a sorte bafeja com a visão dessa boca que um dia vi e que, é mesmo assim, beija ainda melhor do que sorri.

Essa pele que é a minha, a sensação que o corpo não estranha, familiar, essa mão que acaba de tocar esta pele que é a tua, arrepio.
Esta noite que é a nossa, toda nua, a emoção prateada pela lua, a brilhar, esta luz no teu olhar, tão quente, o amor emergente. Já não resiste. O frio.

Esse amor, um amor maior do que a vida porque não pode acabar, um amor para perdurar, eterno nas memórias dos que o cantaram e nas emoções dos que o herdaram contado assim, esse amor que não conhece um fim porque acompanha gerações de pessoas que possuem corações capazes de o entender e que o reproduzem no amor que depois fazem.

Acontecer outra vez.

 

https://www.youtube.com/watch?v=2UqN757b7YI

 

 


Na madrugada de amor perguntaste;

Ela: Porque insistes em mimar-me tanto com palavras?

Ele: Foi a única solução que os meus lábios encontraram para beijar uma parte dos teus encantos que lhes está inacessível.

A luz distante, suave, de um candeeiro lá fora deste mundo criado a dois, tu perdida num paraíso e eu vou ter contigo depois, como um farol a luz que te faz brilhar mesmo no centro desse olhar que me dedicas, lá fora, uma luz, tão perto agora que me beijas com a paixão divina, e eu sou teu e tu és minha, os teus olhos fechados para que nada possa distrair-te a emoção, perdida num paraíso sem a orientação da luz que persigo porque te desenha na penumbra o contorno que me deslumbra, a sonhar acordado o momento partilhado que ninguém mais poderá reclamar, só tu e só eu, perdido no céu, na tua boca, a beijar, orientado apenas pela luz no teu olhar por entre pálpebras semicerradas, as persianas quase fechadas mas a luz distante consegue entrar, reflectida no teu olhar brilhante e na pele que me entregas aos lábios e às mãos, ao corpo inteiro que sou, tudo aquilo que tiro, tudo aquilo que dou, e a luz lá fora a apagar para finalmente dar lugar ao sol que já está a nascer enquanto te encostas ao meu peito e te sinto adormecer.

https://www.youtube.com/watch?v=zzRa_Asc4z8




Um milhão de sóis de prazer a explodir...

A explosão de nada menos do que um milhão de sóis. As estrelas, ornamento, impávidas no firmamento dos lençóis que as nossas peles ignoram enquanto os corpos choram de prazer, as lágrimas são gotas de suor que se mistura, o teu e o meu, quando nos reunimos no céu que fazemos, amor, sempre que damos o que temos de melhor nos momentos de fusão em que consumamos a união dos destinos que nos cruza os caminhos. Sempre que nos abraçamos esta estranha sensação de familiaridade, esta irreprimível vontade de partir para o outro mundo, eu dentro de ti tão fundo que me recebes para a viagem que nos pode levar literalmente para qualquer lugar que o universo nos possa oferecer nos picos do prazer que procuramos e afinal sempre logramos alcançar. O salto para outro lugar, no espaço, na energia de cada abraço com que apertamos alguém que acreditamos parte do pó das estrelas que nos compõe.

A Terra que ficou para trás, tão pequena, e a Lua que surge de repente num ponto do horizonte que podemos alcançar bastando estender uma mão, a bordo de um foguetão que construímos a dois num instante deste ímpeto amante que nos transfigura, neste amor que insiste e que dura e que resiste à reentrada na atmosfera quando regressamos, emaranhados num só, à cama que molhamos com tudo aquilo que fazemos e aterramos de novo nos lençóis logo a seguir à explosão de nada mais nada menos do que…