Em todo o abismo há uma ferida,
tal como em toda a ferida
há um abismo antigo,
pois nesse abismo mora
a incerteza do aberto,
e na ferida assoma incerta
a tentação do não retorno.
Sangrar então
é a medida do abismo.
Alimentar a ferida para averiguar
o que te olha de lá de dentro;
escrever para vislumbrar o abismo
que sangra fora de ti.
tal como em toda a ferida
há um abismo antigo,
pois nesse abismo mora
a incerteza do aberto,
e na ferida assoma incerta
a tentação do não retorno.
Sangrar então
é a medida do abismo.
Alimentar a ferida para averiguar
o que te olha de lá de dentro;
escrever para vislumbrar o abismo
que sangra fora de ti.