"Ser corno ou não ser
Eis a minha indagação
Sem você vivo sofrendo
Pelo os boteco bebendo
Arrumando confusão"
E com esse trecho de uma quase música, que começo essa nova maluquice literária.
"SER CORNO OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO"
Ser Corno ou não ser, eis a questão de viver em
bares enchendo a cara, seria mais nobre ficar
escondido em casa. Na tocaia de provar a si mesmo
que sabe ser Corno. Levar gaia sem fica enfurecido
contra um mar de provações. Beber, dormir: não mais
dizer com angústia que é Corno. E as mil pelejas
naturais-herança do Corno, desejando com fervor
beber e dormir novamente, talvez sonhar: eis onde
surge o obstáculo: pois no sonho também existem
Cornos. Pois quando livres do tumulto da existência
de não ser mais Corno, estará no repouso da morte,
o sonho que terá de hesitar: eis a suspeita que impõe
na outra vida: Ser Corno ou não ser, eis a questão. O
agravo do opressor, a afronta do orgulhoso, a insolência
oficial de ser Corno mesmo. O mérito paciente, quem o
sofreria, quando alcançasse a mais perfeita quitação com
a ponta de uma gaia de prata? quem levaria a gaia de ouro.
Gemendo e suando sob a vida fatigante das gaias diárias.
Se esse é o receio de alguma coisa após morte. Essa região
desconhecida cujas raias Jamais viajante algum atravessou
de volta – Não nos pusesse a voar para outros, não gaiudos?
O pensamento assim nos acovarda, e assim é que se cobre a
cabeça de chifres com o tom pálido e enfermo de ser corno;
E desde que nos prendam tais cogitações, muitos que de
longe planejam. Desviam-se de rumo até encontrar o alvo
para mais uma ação de Gaia. Ser Corno ou não, eis a questão.
E ASSIM SIGO MINHA TRISTE SINA, FALANDO SÓ BEBENDO FIADOPEDINDO TROCO
ME ACABANDO POUCO A POUCO ENCOSTADO NO BALCÃO.