acma1953

 
prihlásili ste sa: 03.01.2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Exame à próstata, peripécias

Este é um daqueles exames que qualquer homem deve fazer a partir dos 45 anos(eles falam em 50, não sei não, um amigo morreu com 46), sabendo-se que existe uma alta taxa de mortalidade esse exame é fundamental. Qualquer homem que já o tenha feita (pela minha idade já passei por vários ) sabe que é constrangedor, em especial como se verá pela descrição do acto; sendo feto por médico pois médica nesta área não existe. Mas vamos ao texto que está genial, escrito pelo jornalista Mário Prata e que no fundo é o que qualquer sente. Por estas e outras quando as mulheres falam que sofrem em determinados exames, é porque não sabem o quanto nós sofremos

 

 

Maluf colocou a boca no mundo. Ou melhor, colocou a próstata no mundo.

 

De repente virou moda, jornais abriram espaço e foram surgindo famosos protásticos (existe essa palavra?). Quércia voltou ao mundo político através da sua. Mas diz que é simples. Não vai operar nem nada. Na África do Sul um Nobel, o bispo Desmond Tutu abriu o jogo: também está com câncer lá.

 

Os médicos avisam: todo homem depois dos cinquenta anos, deve fazer o exame. A probabilidade do tumor é muito grande depois desta idade.

 

Mas os homens de mais de 50 anos (minha geração) são machistas demais. Não adianta dar um toque para eles. Pode-se fazer um exame de sangue e aquele exame que grávida faz. Como chama? Ficam passando um negocinho na barriga da gente. Esqueci. Mas os dois exames juntos, dão garantia apenas de 80 por cento. Tem que se fazer o toque sim.

 

Eu sugiro uma solução para o assunto deste começo de ano: médicas urologistas. Todos os homens iriam fazer o toque. Com mulher, tudo bem.Tem gente que iria fazer semanalmente. Gente que ia entrar duas vezes na fila, etc.

 

Há uns 15 anos tive que fazer (um toque, lá). Estava com uma pequena inflamação e o médico (meu amigo de infância, Plinio) disse que teria que fazer a massagem na minha próstata para recolher um tal pus.

 

Estou lá eu, nu, de quatro, em cima da mesa e ele, com a maior naturalidade, colocando uma luva num grosso dedo (ele sempre foi meio gordinho). Eu ali aflito e ele contando (juro) a lua-de-mel (dele) na Bahia, meses atrás. Achei que não era um tema muito adequado para aquela hora, mas próstata é próstata e vamos lá. Passou uma vaselina e se aproximou.

 

Mas, antes, colocou uma folha de papel debaixo do meu corpo.

 

- O que é isso?

 

- Caso você ejacule…

 

Me sentei. Preocupado.

 

- Plinio, se você enfiar o dedo aí e eu gozar, como é que eu fico? Qual é a porcentagem dos que gozam?

 

- Meio a meio. Vamos, de quatro.

 

- Pega leve, hein?

 

Se eu estivesse gozado não estaria agora contando esse caso.

 

Tive um segundo caso com a minha próstata. Já disse aqui que passei uns dias no Spa Médico São Pedro, em Sorocaba.

 

Assim que você chega eles fazem todos os exames possíveis em você. No ultra-som (lembrei!!!) deu uma pequena inchação na mencionada área.

 

O diretor do Spa achou melhor eu fazer um exame de toque com um urologista para ficarmos todos tranquilos.

 

- O urologista é gordo?

 

- Magro.

 

- Menos mal. Preciso ir ao hospital?

 

- Não. Amanhã ele passa aqui. A gente te acha.

 

Na manhã seguinte estou lá eu com as minhas queridas gordinhas a fazer um cooper, quando a enfermeira vem me chamar.

 

- O senhor tem médico daqui a meia hora.

 

Foi o tempo suficiente para um bom banho, lavar bem as partes, colocar uma cueca novinha.

 

Fui para o sacrifício.

 

O médico me recebeu, nos apresentamos e ele me levou para o fundo do corredor e abriu uma porta. A primeira coisa que eu vi foi aquela cama de examinar mulheres, com lugares para colocar as pernas. Sabe qual?

 

“Vai ser de frente. Mais constrangedor ainda”.

 

Pediu para eu sentar. Ele era sério. Para desanuviar um pouco o ambiente, brinquei:

 

- Você é que vai me dedurar?

 

- Depende.

 

- (olhando para a cama) Depende do que?

 

- A não ser que você tem algum problema mais grave, fica tudo entre a gente.

 

Aquele “tudo entre a gente” eu já não gostei.

 

- Você está com algum problema?

 

- Bem… é que é estranho assim logo de manhã…

 

- Você prefere de tarde?

 

- Não já que eu estou aqui, vamos fundo.

 

Vamos fundo?

 

- Pois então, algum problema de ordem psicológica?

 

- Bem, fora aquelas brincadeiras que a gente fazia quando era garoto, né eu nunca…

 

- Como assim?

 

- Doutor, vamos deixar de conversa e vamos logo ao que interessa?

 

- Não estou te entendendo.

 

- O senhor não é o urologista?

 

- Urologista? Eu? Eu sou o psiquiatra.