.anitnelav

 
registro: 15/03/2007
"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
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Mãe - ele fala por mim...

"Mães, geralmente é a vocês que cabe a educação dos filhos, sobretudo no capítulo modos à mesa, arrumação do quarto etc.

Não sejam preguiçosas! É mais fácil fazer que ensinar.

Mas tenham coragem, ensinem.

E comecem cedo para que os bons hábitos se tornem uma segunda natureza e não um procedimento para se ter só na frente das visitas.

Seja rigorosa! Eles vão te odiar às vezes.

Você vai querer esganá-los freqüentemente. Faz parte entre as pessoas que se amam.

Mas um belo dia alguém vai dizer o quanto seu filho é educado, prestativo, gentil, querido.

Você vai desmaiar de surpresa e felicidade.

Eu nunca me esqueço daquela história da mãe que se dirigiu a uma especialista em boas maneiras para saber com que idade ela deveria colocar seu filho no curso.

Ao saber que o filho estava com três meses de idade ela respondeu: "Mas talvez já seja muito tarde!".

Não morra de vergonha se seu filho der um vexame na frente dos seus amigos.

Não valorize os erros nem dê bronca em público.

Nunca trate a criança com se ela fosse uma débil mental, elas entendem tudo!

Use sempre um bom vocabulário. Isso aumenta a capacidade lingüística das crianças e não fique para morrer de culpa se algum dia precisar frustrar seu filho, tipo promessa que não pode ser cumprida, etc.

Apesar do que dizem os especialistas, uma frustraçãozinha de vez em quando prepara a criançapara aprender a suportá-las quando no decorrer da vida elas infelizmente acontecerem.

O palavrão. É dito por todos. Até em televisão, escrito nos jornais, etc.

Pretender que uma criança não repita é puro delírio.

Vamos moderar.

Mas a regra de ouro seria: palavrão na linguagem corriqueira uma coisa, mas não pode ser usado jamais na hora da raiva, da briga. Isso vale também para os adultos.

Ensinem, obriguem seus filhos a cuidarem da bagunça que fazem.

O copo de Coca-Cola? De volta pra cozinha.

A revistinha que acabou de ler? Para o quarto.

Os milhares de papeizinhos de Bis? Amassar e jogar no cinzeiro.

A lista não tem fim porque a imaginação de uma criança para instalar o caos onde quer que esteja é também infinita.

Alguns mandamentos:

Não sair pra se servir correndo na frente dos outros.

O ideal, aliás, seria que as crianças até certa idade fizessem as refeições antes dos adultos, com as mães ali ao lado, patrulhando as boas maneiras.

Não deixar cair um grão sequer na mesa.

Não encher demais o prato. Há fome no mundo, etc, etc... 

Se encher que coma tudo.

A partir dos cinco anos, não cortar a carne toda de uma vez. Cinco? Talvez eu tenha exagerado. Sete.

Não misturar carne com peixe. Macarrão com farofa, etc. isso é cultura.

Pedir licença pra se levantar quando a refeição terminar pode alegar que precisa estudar, para evitar aquela tortura de ficar na mesa até a hora do café. Um suplício.

Não bater a porta do quarto com estrondo nem quando brigar com o irmão.

Só gritar se for por mordida de cobra. Ou ficar mudo ou estático dentro do elevador.

Não chamar a amiga da mãe de tia. Alias não chamar ninguém de tia a não ser as tias de verdade. E só pra deixar bem claro: tia Rosina, tia Helena, nunca tia só.

Eu adoro bebês! Quando começa a idade da correria, eu confesso que já adoro um pouco menos. Eu tenho que dizer isso bem baixinho pra não ofender as mães.

Vamos então falar dessa fase sublime:

Elas gostam de passar no espaço de quinze centímetros que existe entre o sofá e a mesa, brincam de pique numa sala de dois por três.

Colocam a cadeira na frente da televisão,se penduram nos lustres, pintam as paredes da sala,o teto e etc, etc e tudo aos gritos.

Eu penso que esta talvez seja a fase de maior energia do ser humano.

Ah, é a idade das guerras de travesseiros, das almofadas que voam pela janela.

Jovens pais adoram essas traquinagens. Tudo bem.

Mas não ache tão estranho se alguns de seus amigosnão curtirem tanto quanto você essa fase tão adorável dos seus filhotes.

Crianças são difíceis mesmo, é preciso muita paciência para agüentar o que elas freqüentemente aprontam.

Mas as crianças crescem, e um dia querem trazer a namorada pra dormir em casa.

Dinheiro para o motel só se você der. Então o que fazer?

Claro, a gente compreende a situação mas francamente, ter que cruzar no corredor com a gatona despenteada de camiseta e escova de dente na mão talvez perguntando:

"Tia, dá pra me emprestar uma escova de cabelo?"

OK, dá. Mas e se você tem três filhos? Vão ser três gatonas?

Acho que eu liberaria a casa nos fins de semana e iria dormir no sofá da casa da minha mãe,de um amigo, no banco da praia, deixando a garotada à vontade. Eles e eu numa boa.

Mas só ate domingo às dezenove horas, nem um minuto a mais.

Mesmo os filhos mais modernos costumam ser caretésemos em relação às suas próprias mães.

Portanto, vá anotando, na frente dos filhos:

Mãe não namora, não toma mais de um drink, não fala que acha o Jeff Bridge um tesão.

Perdão! Mãe não pronuncia essa palavra. Nem sabe o que quer dizer.

Não usa mini-saia, não pode adorar Madona, só pode gostar de Roberto Carlos, Julio Iglesias.

Eles te amam, mas essas preferências sempre incomodam.

Nem amigos comuns se deve ter por precaução.

Portanto quando o destino colocar vocês na mesma festa,pareça o que eles querem que você seja, anule-se.

Tenha pouca, pouquíssima personalidade.

Faça o tipo distinto e alegre, se possível, use uma peruca grisalha.

Seja discreta e assexuada, tenha poucas opiniões, se enturme com os mais velhos e trate os mais jovens como se fosse assim uma tia simpaticona, nada mais.

Ria das historias deles e não conte nenhuma sua. Mãe não tem passado.

Só fale de receitas, crianças, se ofereça pra levar um vestido na costureira pra consertar, tenha bons endereços pra fornecer.

Dicas de cozinha, conte como era o mundo do seu tempo,seus filhos vão adorar e depois dessa festa, vá correndo tomar um whisk duplo no bar do Bonju pra não ter um enfarte.

Em compensação, na frente dos netos, faça tudo que não deve e muito mais! Netos costumam adorar avós, digamos, fora dos padrões.

É que eles sabem que vão poder contar com elas como fortes aliadas nas crises de caretice dos pais.

Cruel? Não... apenas verdade.

E mais: Isso é que faz o Equilíbrio da Vida."

Pedro Bial


Mãe - desconstruindo mitos...

"Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães, ok?
Desconstruir alguns mitos.
Não, não precisa se preocupar.
Não é nada ofensivo, eu também sou mãe... e avó!
Vamos lá:

MÃE É MÃE: mentira!!!
Mãe foi mãe, mas já faz um tempão!
Agora  mãe é um monte de coisas: é atleta, atriz, é superstar.
Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.
Também é cozinheira e lavadeira.
Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.
Mãe às vezes também é pai.
Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão.
Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock  pra desespero de algumas filhas, entra na briga  por um namorado.
Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!):  moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar.
Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de  trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.
Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.
Mãe já foi mãe, agora é mãe também.

MÃE É UMA SÓ: mentira!!!
Sabe por quê?
Claro que sabe!
Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está  lá quando é preciso.
De certa forma, tem duas mães.
Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida.
Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.
E outras mulheres que prestam uma ajuda  valiosa.
Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães.
Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma  forma de exercer a maternidade.
O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.

SER MÃE É PADECER NO PARAÍSO: mentira!!!
Que paraíso, cara-pálida?
Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram.
Cara, estamos falando da vida real, que é ótima muitas  vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.
Quanto a padecer, é bobagem.
Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar.
Por  exemplo?
Ficar de madrugada esperando o filho ou filha  adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você  não tem a mínima idéia de onde fica.
Aí a barra é pesada, pode crer...

MATERNIDADE É A MISSÃO DE TODA MULHER: mentira!!!
Maternidade não é serviço militar obrigatório!
Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha.
Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?
Vinicius  era homem e tinha as mesmas dúvidas.
Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.
Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço.
Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm umas seis crianças na  barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando  Pessoa.
É difícil, mas acontece.


MAMÃE, EU QUERO: verdade!!!
Você  pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.

Martha Medeiros

  

 

  5 anos: "Mamãe, te amo."

11  anos: "Mãe, não enche."

16  anos: "Minha mãe é tão irritante."

18  anos: "Eu quero sair de casa."

25  anos: "Mãe, vc tinha razão."

30  anos: "Eu quero voltar pra casa da minha  mãe."

50  anos: "Eu não quero perder a minha  mãe."

70  anos: "Eu abriria mão de TUDO pra ter minha mãe  aqui comigo."...

 


Cuidado com quem lê...

"Um casal sai de férias para um hotel-fazenda...

O homem gosta de pescar e a mulher gosta de ler.

Numa manhã, o marido volta de horas pescando e resolve tirar uma soneca.

Apesar de não conhecer bem a lagoa, a mulher decide pegar o barco do marido e ler no lago.

Ela navega um pouco, ancora e continua lendo seu livro.

Chega um tenente da Guarda Ambiental do parque em seu barco, para ao lado da mulher e fala:

- Bom dia madame. O que está fazendo?

- Lendo um livro, responde. (Pensando: será que não é óbvio?)

- A senhora está em uma área restrita em que a pesca é proibida, informa.

- Sinto muito tenente, mas não estou pescando, estou lendo.

- Sim, mas, a senhora tem todo o equipamento de pesca. Pelo que sei a senhora pode começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente terei de multá-la e processá-la.

- Se o senhor fizer isso terei que acusá-lo de assédio sexual.

- Mas eu nem sequer a toquei! Diz o tenente da Guarda Ambiental.

- É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento!

- Tenha um bom dia madame - diz ele e vai embora.

 

Moral da história:

Nunca discuta com uma mulher que lê, pois certamente, ela pensa!


Análise literária da música AI SE EU TE PEGO

Análise literária da música AI SE EU TE PEGO, por Edmilson Borret, professor de Português


Já que professor de literatura sou, dediquei alguns minutos do meu precioso tempo para me debruçar sobre a letra desse "fenômeno" de crítica e público que assola as rádios e tv's, não só do Brasil, mas também do mundo: "Ai, se eu te pego", desse grande artista chamado Michel Teló.

Uma letra de música tão profunda, filosófica e poética como essa merece, sem sombra de dúvida, uma análise literária mais esmiuçada...

Então vamos lá!

"Delícia, delícia,

Assim você me mata"

Nos versos acima, nota-se de imediato que o eu lírico expressa metaforicamente seu deleite sexual, chegando mesmo - pode-se dizer – a um estado de clímax sexual, um orgasmo.

Entretanto, à medida que avançamos na leitura da letra da música, percebemos logo no verso seguinte uma idéia parodoxal que nos leva a constatar que talvez o eu lírico, através de um eufemismo muito bem elaborado, aponte para uma das práticas difundidas na tradição literária ocidental, principalmente a partir do Romantismo.

Observem o verso:

"Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego"

A anáfora presente nesse verso, com a repetição da interjeição "ai", mais uma vez denota a idéia de deleite, de clímax sexual.

Entretanto, através do papel hipotético conferido pela conjunção condicional "se", percebe-se que o eu lírico não chegou, de fato, a um enlace, a uma conjunção carnal com o objeto de seu desejo: o "ai se eu te pego" significando algo como "ai, como eu gostaria de te pegar" ou "ai, se eu pudesse te pegar" (levando-se em consideração também o neologismo já absorvida pela linguagem coloquial quando ele usa o verbo "pegar" para significar o ato sexual).

Ou seja: se, nos dois primeiros versos, o eu lírico expressa seu deleite, seu clímax sexual, seu orgasmo; mas, logo imediatamente, nos dá dicas de que o enlace sexual não ocorreu de fato, somos forçosamente levados a considerar que o eu lírico é... um punheteiro de marca maior!!!

E essa porcaria vende, meus amigos!!!!


O que é bom é pra ser mostrado...

Costumamos criticar as injustiças que vemos na nossa Justiça, mas quando acontece algo de extraordinário (que deveria ser a regra, e não a exceção) devemos tomar conhecimento para não desanimar  e acreditarmos que ainda há jeito...


A Escola Nacional de Magistratura incluiu em seu banco de sentenças, o despacho pouco comum do juiz Rafael Gonçalves de Paula, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, em Tocantins.

A entidade considerou de bom senso a decisão de seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem duas melancias:

 

DECISÃO PROFERIDA PELO JUIZ RAFAEL GONÇALVES DE PAULA

NOS AUTOS DO PROC Nº. 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:

DECISÃO

Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.

Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)...

Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.

Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste ou desta presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.

Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia...

Poderia dizer que os governantes das grandes potências mundiais jogam bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?

Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade.

Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.

Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.

Expeçam-se os alvarás.

Intimem-se.

Rafael Gonçalves de Paula

Juiz de Direito