Ser louco é cantar e ver. É ser e poder ser!
Inteiro e único em um mundo que pede pressa, que pede gente sã, mas só acha preconceito.
Então eu pergunto:
O que é ser saudável, se ta todo mundo sem rumo, preso nas grades do próprio mundo?
A loucura clama por ser vista, por ser entendida.
O lindo disso tudo é que cada um tem sua lente pra sentir, pra se libertar dos que um dia quiseram abafar.
A loucura foi excluída por loucos que se acreditavam normais.
Prenderam os marginais, deixaram a solta as suas próprias doenças...
a doença que mata, que segrega, que separa ser humano de ser gente, gente de ser louco...
Daí vem a luta antimanicomial, a reforma de uma psiquiatria que estava imoral,
a reorganização dos espaços de cuidado total, para que todos possam estar juntos,
inteiros e caminhando livremente nesse mundo todo desigual.
Conviver com as diferenças, abraçar as particularidades e a imensidão de um coração que pode estar na contramão.
Faz da luta um constante convite a entrar em contato com as nossas próprias loucuras,
e no meio de toda confusão, poder aprender uma grande lição...
Que doido pensa, sente e faz revolução.
Porque loucura também é um ato politico que permeia nossa triste história de exclusão.
A luta só começou, meu caro!
E lugar de maluco é onde ele quiser estar,
pois a reforma tá aí pra somar, pra integrar e pra fazer o mundo entender que gente é gente em todo lugar!
Seremos resistência e lutaremos pelos direitos conquistados e avançaremos no cuidado com o outro!
Pela saúde, pela vida, pelo direito de ser quem se é... FORA BOLSONARO!
Dia 29 eu não vou, mas quem for, se cuide muito, sua vida importa!