.anitnelav

 
belépett: 2007.03.15
"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
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O direito ao delírio

“Que tal se delirarmos um pouquinho? Que tal se fixarmos nossos olhos mais além da infâmia, para adivinhar outro mundo possível?

- O ar estará limpo de todo o veneno que não venha dos medos e das paixões humanas;

- Nas ruas, os carros serão esmagados pelos cães;

- As pessoas não mais serão dirigidas pelos carros, nem programadas pelo computador, nem compradas por supermercados, nem também assistidas pela TV;

- A TV deixará de ser o membro mais importante da família e será tratada como um ferro de passar ou máquina de lavar roupa;

- Será incorporado aos códigos penais o crime de estupidez para aqueles que cometem: viver para ter ou para ganhar ao invés de viver para viver simplesmente, assim como canta o pássaro sem saber que canta e como brinca a criança sem saber que brinca;

- Em nenhum país serão presos os rapazes que se negam a cumprir o serviço militar, mas aqueles que queiram servi-lo;

- Ninguém viverá para trabalhar, mas todos trabalharão para viver;

- Os economistas não chamarão mais o nível de vida de nível de consumo e nem chamarão de qualidade de vida a quantidade de coisas acumuladas;

- Os cozinheiros não mais acreditarão que as lagostas amam ser fervidas vivas;

- Os historiadores não mais acreditarão que os países gostam de ser invadidos;

- Os políticos não mais acreditarão que os pobres adoram comer promessas;

- A solenidade deixará de acreditar que é uma virtude e ninguém levará a sério alguém que não seja capaz de tirar sarro de si mesmo;

- A morte e o dinheiro perderão seus poderes mágicos e nem por falecimento e nem por fortuna um canalha se tornará um virtuoso cavalheiro;

- A comida não será uma mercadoria nem a comunicação um negócio porque a comida e a comunicação são direitos humanos;

- Ninguém morrerá de fome porque ninguém morrerá de indigestão;

- As crianças de rua não serão mais tratadas como lixo, porque não haverá mais crianças de rua, as crianças ricas não serão tratadas como se fossem dinheiro, porque não haverá mais crianças ricas;

- A educação não será privilégio daqueles que podem pagá-la;

- A polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la;

- A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas, serão novamente juntas de volta, bem grudadinhas, costas com costas;

- Na Argentina, as “Loucas de la Plaza de Mayo” serão um exemplo de saúde mental porque elas se negaram a esquecer nos tempos de amnésia obrigatória;

- A Santa Madre Igreja corrigirá algumas erratas das tábuas de Moisés, e o sexto mandamento mandará festejar o corpo, a igreja também ditará outro mandamento que Deus havia esquecido: “amaras a natureza da qual fazes parte”;

- Serão reflorestados os desertos do mundo e os desertos da alma;

- Os desesperados serão esperados e os perdidos serão encontrados, porque eles se desesperaram de tanto esperar e se perderam de tanto procurar;

- Seremos compatriotas e contemporâneos de todos os tenham vontade de beleza e vontade de justiça, tenham nascido onde tenham nascido e tenham vivido quando tenham vivido, sem se importarem nem um pouquinho com as fronteiras do mapa e ou do tempo,

- Seremos imperfeitos porque a perfeição continuará sendo um chato privilégio dos deuses;

- Mas neste mundo trapalhão e fodido, seremos capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro e cada noite como se fosse a última.”

Eduardo Galeano

 

 

“A UTOPIA é como o horizonte.

Nós o vemos ao longe,

nunca o alcançaremos,

mas serve para que

continuemos a caminhar.”

(Fernando Berri)

 

https://www.youtube.com/watch?v=Z3A9NybYZj8

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=Z3A9NybYZj8

 


E depois da festa...

... vem a pergunta que não quer calar: por que a missa é do galo se quem morreu foi o peru?


Destoando...

Já que estamos numa época de reflexões, quis “balançar” (ops, fazer balanço da... rs) minha vida, e encontrei um texto que  descreve perfeitamente esse “balanço”:

 

"Aprendi que amores eternos podem acabar em uma noite, que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos, que o amor sozinho não tem a força que imaginei.

Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno, que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos.

Que os poucos amigos que te apóiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram.

Que o "nunca mais" nunca se cumpre, que o "para sempre" sempre acaba, que minha família com suas mil diferenças, está sempre aqui quando eu preciso.

Que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo, que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo.

Que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda não vou ter aprendido tudo."

 

William Shakespeare

 

 

Dias atrás escrevi em uma nota que acho hipócrita a época do Natal, mas como eu estava em casa alheia, não me senti no direito de aprofundar o tema, mas aqui posso rasgar o verbo.

Você já percebeu como nesta época todas as pessoas ficam boas, complacentes, inimigos se tornam melhores amigos, divergências são deixadas de lado? E o que há de errado nisso? Bom, se isso fosse o começo de uma nova etapa, seria simplesmente sensacional, mas o fato é que passada essa época “mágica”, tudo fica como dantes no quartel de Abrantes...

O que guia a minha vida é o respeito, aceitar o diferente, mesmo não concordando com ele. Tenho origem judaica, no entanto não sou “ortodoxa”, então eu não comemoro o Natal pelo seu significado religioso (apesar de saber qual é), e sim pela união da família, porque era o dia em que nos reuníamos (mamãe aniversariava no dia 26). E esse é o real sentido que eu vejo dessa data, mas o que realmente me incomoda é que parece que as pessoas somente dão uma “trégua” ao que as perturba, e não tentam fazer dessa paz “temporária”, a compreensão e a solidariedade o habitual de suas vidas.

Por todas essas razões é que considero hipócrita essa data, ver pessoas desejando tudo de bom a alguém quando na verdade querem mandá-lo à merda, pessoas posarem de boas cristãs (existem maus cristãos?) quando passaram a maioria dos dias julgando os outros (peço desculpas aos magistrados, que com certeza aqui há muitos... rs), tomando a sua vida como referência de bons atos, bom tudo.

Faça a sua parte: dê aquilo que você deseja receber (sem sacanagem, também tenho momentos sérios... raros, mas os tenho... rs), o retorno desejado é mais provável quando dizemos e agimos como o que queremos receber.

Tudo isso posto, não te desejarei um Feliz Natal; desejo sim que todos teus dias sejam reflexos da magia que existe nesta época, que você se lembre de tudo de bom que estes dias inspiram e estenda-o para todos os demais dias, até que o próximo Natal chegue e tudo recomece...

 

Beijos a quem é de beijo, abraços a quem é de abraço.

 

Valentina


Não importa a idade...

... a magia desta época encanta a todos.

Propaganda à parte, trabalho muito bem feito, e que nos faz sonhar...

 

http://www.natalbauducco.com.br/


Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... 
isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... 
isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos...
isto é equilíbrio.

Tampouco é o retiro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... 
isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto...

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos, em vão, pela nossa alma!"

Fátima Irene Pinto